O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), quebrou hoje a tradição e deixou mais cedo as comemorações do aniversário da cidade de São Paulo no Pátio do Colégio para não precisar enfrentar um protesto contra a demolição dos edifícios São Vito e Mercúrio, no cento da cidade. De acordo com a Polícia Militar, a manifestação, que já era prevista, envolveu cem pessoas ligadas a movimentos pela moradia popular e ocorreu logo após a missa comemorativa dos 455 anos da cidade de São Paulo, na catedral da Sé. O prefeito justificou-se dizendo que a missa foi excessivamente longa e que ele tinha outros compromissos.
Os manifestantes esperavam Kassab na saída da Catedral. Tradicionalmente, Kassab deixa a igreja e caminha até o Pátio do Colégio, local considerado o marco da fundação da cidade e onde estava prevista a realização de um ato cívico. Desta vez, no entanto, o prefeito percorreu o trajeto de uma quadra e meia de carro. No início do ato, os manifestantes passaram a gritar. "O povo na rua, Kassab a culpa é sua".
O prefeito, que desde que assumiu o cargo discursa no local, quebrou novamente a tradição: o vazamento do som permitiu que parte das pessoas mais próximas aos alto-falantes ouvissem alguém avisar ao mestre de cerimônia que a fala do prefeito seria cancelada. Kassab abandonou o evento antes mesmo do fim e foi direto para a inauguração da Unidade Básica de Saúde República, local do antigo Hotel São Paulo.
Kassab disse que as manifestações populares são naturais e democráticas e evitou polemizar. "Enfrento com naturalidade. Estamos em uma democracia e as pessoas têm todo o direito de se manifestar", afirmou. Questionado sobre o motivo de não ter discursado, o prefeito justificou que já havia falado durante a missa na praça da Sé e explicou que estava atrasado para os demais compromissos em comemoração ao aniversário da cidade.
Há dois anos, também na comemoração do aniversário da cidade, Kassab discursou no Pátio do Colégio coberto de vaias de participantes de movimentos ligados a defesa da moradia popular. Na época, os manifestantes liderados pelo padre Julio Lancelotti gritaram "Não foi eleito". Era a primeira vez que Kassab participava das comemorações do aniversário de São Paulo como prefeito da cidade, depois de assumir o cargo deixado pelo atual governador de São Paulo, José Serra.
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