O prefeito Gilberto Kassab (sem partido) sabia que a empresa da prima de seu secretário de Transportes, Marcelo Cardinale Branco mantinha mais de R$ 60 milhões em contratos com a prefeitura. Foi o que o próprio secretário afirmou na quinta-feira à rádio Estadão/ ESPN. "Em outras oportunidades, eu já falei com o prefeito sobre essa empresa prestar serviço para a prefeitura", disse, declarando não ver conflito moral ou de interesse no fato de a empresa pertencer a uma prima.

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O jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Egypt Engenharia, pertencente a Cíntia Branco e Mário Tadeu Farhat, quase quadruplicou o valor de seus contratos com o governo entre 2006 - ano em que Branco entrou na administração - e 2010. Horas depois da entrevista de Branco, Kassab disse que conhecia os serviços prestados pela empresa e defendeu a continuidade dos contratos. "Eu conheço a empresa, ela presta serviços há vários anos, mas não tenho conhecimento da natureza dos contratos. Sei que é uma empresa que presta serviços."

Kassab disse ainda que colocaria "as mãos no fogo" pela família Branco. Mas afirmou ter pedido à Corregedoria do Município que abra uma investigação sobre os contratos da empresa com a administração.

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Sob a gestão de Marcelo Branco na SPTrans, a prefeitura assinou com a Egypt dois termos aditivos no valor total de R$ 10 milhões. Quando ele era secretário de Infraestrutura Urbana e Obras, a Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) fechou contrato de R$ 3,6 milhões com um consórcio do qual a Egypt faz parte.

Mas o maior contrato da empresa da prima de Branco com a prefeitura foi assinado em 2006, antes de sua entrada no governo. Ela deveria fazer a manutenção de abrigos de ônibus por 12 meses e receberia R$ 7,5 milhões para isso. De lá para cá, o contrato já teve cinco prorrogações - uma delas feita por Branco - e o valor total pulou para R$ 48,9 milhões, com correção monetária.

Para Branco, não há problemas nessas prorrogações, já que a empresa participa e tem contratos com a prefeitura há quase dez anos. "Esse contrato foi objeto de licitação em 2006, quando eu não estava na prefeitura, e prevê as prorrogações", emendou. "Os contratos não ficam na minha mão, ficam com os gestores, e eles dizem que a empresa faz um bom trabalho. Eu acho que a empresa tem o direito de participar de licitações, ela não veio para cá pelo fato de eu ser secretário." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.