A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), cotada para assumir o Ministério da Agricultura em 2015, cancelou a participação que faria nesta terça-feira em coletiva de imprensa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), presidida pela parlamentar.
O cancelamento ocorre em meio a uma polêmica envolvendo a indicação da senadora para o Ministério e o frigorífico JBS. A empresa contestou Kátia diretamente ao Palácio do Planalto.
A senadora decidiu ficar em Palmas (TO) para cuidar da mãe, que ontem sofreu uma trombose, segundo a CNA. O ex-ministro da Previdência Social e atual presidente do Instituto CNA, Roberto Brant, é quem irá divulgar dois índices econômicos elaborados pelas entidade: um para medir a competitividade do agronegócio e outro para mensurar a diferença entre a qualidade das moradias rurais e urbanas.
Kátia Abreu pode ser confirmada no ministério no próximo dia 15, depois que for reempossada para o terceiro mandato à frente da CNA. Escolhida pela presidente Dilma Rousseff para o cargo, sem o aval do PMDB, a senadora foi contestada pelo dono do JBS, o empresário Joesley Batista.
O executivo esteve na quarta-feira passada, 26, com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para se colocar contra a indicação de Kátia. O lobby do maior frigorífico do mundo e maior doador das campanhas de 2014 é parte de uma guerra de bastidores sobre o comando na Agricultura.
A senadora é representante dos pecuaristas e, desde a criação do JBS com suporte do BNDES, assumiu uma posição de ataque à empresa de Batista. Os criadores de gado temem que a concentração de mercado exercida cada vez mais pela empresa acabe influenciando no valor da carne vendida por eles. O grupo JBS é responsável por cerca de 20% do abate bovino no País.
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