A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que foi relatora do projeto da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), disse hoje que não acredita que a presidente eleita, Dilma Rousseff, apoiará o retorno do tributo. "Não acredito que a presidente vá colocar essa matéria em pauta, mesmo porque seria estelionato eleitoral", afirmou a senadora, durante palestra promovida pela Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite (Feileite), em São Paulo.

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De acordo com a senadora da oposição, Dilma "deu sua palavra" 15 dias antes da eleição de que a CPMF estaria fora da agenda. "Tenho certeza de que ela vai cumprir", completou. Kátia Abreu rechaçou a hipótese da CPMF voltar a ser discutida no Congresso Nacional. "Em qualquer hipótese, eu não voto aumento de impostos", ressaltou.

Sobre as expectativas em relação ao novo governo para o setor do agronegócio, a senadora - que também é presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) - disse que é preciso "dar um tempo" para Dilma e avaliar seus primeiros 100 dias de governo. "Vamos esperar o próximo governo dar seus primeiros movimentos. Nós pretendemos fazer isso: aguardar esses próximos 100 dias para a presidente se manifestar a respeito de todos os assuntos, incluindo o agronegócio".

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A senadora, que atualmente é uma das principais lideranças nacionais do DEM, foi "cordial" ao declarar que tem "boas expectativas" em relação à sucessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Kátia Abreu, o governo depende do agronegócio e o setor depende do governo. "Acho que vai ser uma boa parceria", disse.

Questionada sobre a declaração da presidente eleita de que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) não pode ser tratado como "caso de polícia", a presidente da CNA mostrou que nesta área não deve haver consenso entre ruralistas e o governo. "Desde que o MST não invada terras, ele não será um caso de polícia", rebateu.

DEM

Kátia Abreu aproveitou sua passagem por São Paulo para se reunir com lideranças de seu partido, entre eles o prefeito Gilberto Kassab, cotado para ir para o PMDB. Após o encontro, ela descartou a possibilidade de Kassab deixar o partido. A senadora garantiu que a fusão do DEM com o PMDB não está em pauta e que a preocupação agora é com a reestruturação da legenda. "Queremos uma reformulação na direção do partido para que possamos revitalizar os diretórios municipais, estaduais e nacional", explicou.

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