A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) costuram o que seria a terceira delação premiada da Operação Lava Jato. O réu Ediel Viana da Silva, apontado como o braço-direito do doleiro Carlos Habib Chater, fechou ontem o acordo para colaborar com as investigações. Os termos da delação estão sendo negociados, mas os depoimentos devem começar na próxima terça-feira, na sede da PF em Curitiba.
Os outros dois acordos de delação premiada que chegaram ao conhecimento do público foram o do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do advogado Carlos Alberto Pereira da Costa. Réu em três ações penais, Ediel deve apontar novos nomes de doleiros e empresas que, até o momento, não foram identificados pelas investigações. Ele deve detalhar também como funcionava o esquema de lavagem de dinheiro que, segundo o MPF, movimentou R$ 10 bilhões.
Na semana passada, Ediel deixou a Casa de Custódia de São José dos Pinhais, onde estava preso, na e foi transferido para a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. O advogado dele, Ricardo da Silva Pereira, pediu a transferência do seu cliente alegando supostas coações de Chater que também está preso em São José dos Pinhais e é apontado como chefe de Ediel no esquema.
Papel
Na denúncia do MPF, Ediel é apontado como braço-direito e laranja de Chater, descrito como um dos quatro cabeças do esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas desmantelado pela Operação Lava Jato, da PF, em março. Os dois estão presos desde então.
Além de Chater, os doleiros Ricardo Srour, Nelma Kodama e Alberto Youssef são apontados pelo MPF como os outros operadores do esquema. Eles detinham, conforme a denúncia, diversas empresas de fachada em nome de laranjas para lavar dinheiro no mercado clandestino de câmbio com origem do tráfico de drogas, corrupção, sonegação fiscal e desvio de verbas públicas.
Se realmente firmar o acordo, Ediel será o terceiro réu no processo da Lava Jato a colaborar com as investigações em troca de benefícios da Justiça. O primeiro foi o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa que, conforme reportagem da revista Veja, entregou nomes de diversos políticos e empresas envolvidos em um esquema de desvio de dinheiro dentro da estatal.
Na sexta-feira, a Justiça Federal também decidiu soltar o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa apontado como braço-direito e laranja do doleiro londrinense Alberto Youssef após um acordo de delação premiada com o MPF.
Entidades de imprensa repudiam decisão que mandou recolher IstoÉ
Folhapress
Entidades representativas do setor de imprensa criticaram ontem a decisão da Justiça do Ceará que determinou a retirada de circulação, em todo o país, da edição desta semana da revista IstoÉ. A decisão liminar (provisória) da juíza Maria Queiroz, da 3ª Vara de Família de Fortaleza, atendeu a um pedido do governador do Estado, Cid Gomes (Pros). Advogados do governador apontaram dano moral em reportagem da revista que citou Cid como um dos políticos mencionados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como participante de um suposto esquema de corrupção na estatal. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) criticou manifestações do Judiciário que inviabilizam a liberdade de expressão, e defendeu mudanças na Lei de Imprensa para impedir ações que prejudiquem o exercício do bom jornalismo. Já a Associação Nacional de Jornais (ANJ) descreveu a decisão como "absurda" e "lamentável". O advogado Alexandre Fidalgo, da Três Editorial, responsável pela IstoÉ, afirmou que a editora irá recorrer da decisão.
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