O governo apresenta nesta quarta-feira, 11, laudo pericial que confirma a execução do guerrilheiro mineiro Arnaldo Cardoso Rocha, de 23 anos, nos porões do DOI-CODI, em 1973, em São Paulo. A perícia mantém a versão aceita em 1996 pela Comissão de Mortos e Desaparecidos de que Arnaldo, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), foi capturado e morto sob tortura. Outros dois integrantes da ALN, Francisco Emmanuel Penteado, 21, e Francisco Seiko Okama, 26, também foram mortos na ocasião.
Em agosto deste ano, uma equipe de peritos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, acompanhada de agentes da Polícia Federal e de representantes da Comissão Nacional da Verdade, exumou o corpo de Arnaldo num cemitério de Belo Horizonte. O laudo que será divulgado oficialmente na manhã desta quarta no Fórum Mundial de Direitos Humanos, em Brasília, destaca que o guerrilheiro foi executado com um tiro na cabeça.
A versão da ditadura, derrubada por depoimentos colhidos nos anos 1980 e 1990 e laudos de necrópsia, destaca que os guerrilheiros da ALN tinham enfrentado os agentes nas proximidades do cemitério da Penha, na capital paulista, e mortos em combate. Testemunhas disseram, no entanto, que viram os jovens feridos e ainda vivos sendo levados em carros da polícia.
A ativista de direitos humanos Iara Xavier Pereira, que foi companheira de Arnaldo, avalia que o laudo pericial é mais um passo na história da família. "É uma história que precisa ser concluída", afirma. Ela teve ainda dois irmãos mortos por agentes da ditadura. Iuri e Alex Xavier de Paula também integravam a ALN.