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Em entrevista no início da tarde desta segunda-feira ao RJTV, da Rede Globo, o secretário municipal de Obras, Eider Dantas, informou que parte do relatório da Geo-Rio sobre as causas do deslizamento de terra ocorrido na semana passada sobre o Túnel Rebouças está pronta. Segundo ele, o laudo responsabiliza um vazamento numa tubulação da Cedae pelo problema. A afirmação só colocou mais lenha na fogueira e uma discussão entre o secretário e o presidente da Cedae, Wagner Victer, que começou na semana passada.

- Relatório da Geo-Rio e da Rio Águas comunica que foi descoberto um tubo enorme, de seis polegadas, ou 150 milímetros, de alta pressão, que leva a águas até a caixa-d'água na parte superior da comunidade. Essa foi a causa principal do que aconteceu aí - disse Dantas. - É uma tubulação da Cedae.

Segundo o secretário, trata-se de uma tubulação na Ladeira dos Guararapes, a cerca de 150 metros da entrada do túnel, maior do que a encontrada na semana passada, que tinha duas polegadas e apresentava rachadura.

- Nós tínhamos certeza de que havia algum tipo de vazamento, e pe dimos à Cedae que nos ajudasse com isso. Somente ontem (domingo) a Cedae entrou em campo e resolveu o problema: consertou o furo. Agora fica mais fácil trabalhar - complementou Dantas.

Em entrevista à Rádio CBN, o secretário afirmou ainda que a Cedae teria desligado a água na comunidade do Cerro Corá durante cinco dias para esconder o vazamento. Ainda segundo o secretário, os moradores da comunidade afirmaram que há meses reclamam do vazamento.

- Segundo membros da comunidade, há meses que eles estão pedindo para consertar o vazamento. Mas é Cerro Corá, não é algum restaurante famoso que esteja fazendo 'gato de água' - ironizou o Dantas, que criticou ainda o presidente da Cedae:

- Para mim ele é inconseqüente, uma pessoa que precisa aprender a ter modos, deixar de ser autoritário e ter humildade para respeitar os técnicos da prefeitura, que são pessoas sérias.

Dantas afirmou ainda que o presidente da Cedae, pode ser acionado judicialmente. Além disso, segundo o secretário de Obras, a Cedae pode ser multada.A resposta da Cedae

Em entrevista ao O Globo Online, instantes após a declaração de Eider Dantas na TV, o presidente da Cedae, Wagner Victer, reagiu com irritação:

- Esta afirmação é irresponsável e descabida, sem qualquer fundamento técnico, e típica de quem não quer assumir - declarou Victer.

Ele acrescentou:

- Essa tubulação que ele mostrou em cima do morro estava com um vazamento de quatro milímetros. Seria um vazemento muito pequeno e muito distante do local (do deslizamento de terra). A própria Cedae chamou os técnicos da prefeitura para mostrar o problema, num ato de transparência.

Na opinião do presidente da Cedae, a prefeitura precisa apurar itens que não são de responsabilidade da companhia estadual: falha no sistema de drenagem; desmatamento de encostas; falta de monitoramento de encostas; acúmulo de lixo e construções e ocupações irregulares.

- Aliás, ele (o secretário municipal de Obras) deveria apurar ainda melhor, porque a maioria das ligações de águas da região foi feita pela prefeitura em 2006, no programa Favela-Bairro. Não vou entrar no jogo de desviar a atenção da população. Cada um tem que assumir as suas responsabilidades - atacou Victer.

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