O combate à corrupção e o enfrentamento de políticos suspeitos de praticarem atos ilícitos, como no caso da Operação Lava Jato, foi o tema central de um debate com candidatos ao cargo de procurador-geral da República nesta segunda-feira (27) no Rio de Janeiro.
Alvo de críticas pela condução da investigação de políticos na Lava Jato, o atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que concorre à reeleição, afirmou que os procuradores rebatem provocações institucionais de forma “corajosa, autônoma, independente e responsável” – numa indireta a críticas que recebe de congressistas.
Estão na disputa, além de Janot, os procuradores Carlos Frederico, Mario Bonsaglia e Raquel Dodge. O mandato de Janot vence no dia 17 de setembro. Uma lista tríplice da categoria será fechada no dia 5 de agosto, a partir da votação entre procuradores federais. Os nomes mais votados serão enviados para a presidente Dilma Rousseff definir o escolhido, que então precisa passar por sabatina no Senado.
Há duas semanas, atendendo a pedido de Janot, o Supremo Tribunal Federal autorizou buscas nas casas e escritórios do ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) e outros cinco políticos investigados na Lava Jato, provocando reações no Congresso.
Oposição
No debate, o subprocurador-geral Carlos Frederico criticou indiretamente o que chamou de ações midiáticas patrocinadas por Janot e defendeu que é preciso atirar com “bala de grosso calibre” em políticos investigados para evitar o desgaste das relações entre o Ministério Público e o Congresso. “Isso não quer dizer deixar de fazer seu trabalho, mas não de forma midiática. Isso prejudica as relações institucionais. Denuncie, agilize, densifique o calibre da bala, quando atirar, atire para derrubar. Isso minimiza a tensão das relações institucionais.” Carlos Frederico é um crítico de Janot. Afirma, por exemplo, que o procurador-geral se precipitou ao enviar ao STF pedido para investigar os políticos suspeitos de envolvimento com os desvios da Petrobras, sendo que algumas apurações poderiam ser mais aprofundadas.
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