| Foto: Valter Campanato/ABr

Lava Jato

Gabrielli é intimado a depor em março como testemunha de defesa

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os casos da Operação Lava Jato no Paraná, intimou nesta quinta-feira (19) o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli a depor no dia 23 de março à Justiça Federal. Ele foi arrolado como testemunha pelas defesas do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, e do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró. Moro determina que o depoimento seja colhido, preferencialmente, por videoconferência.

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Por carta

Ex-deputado tenta escapar do rigor de juiz

Ex-deputado federal por Santa Catarina e apontado como um dos beneficiários de propina da Petrobras por meio de seu partido, o PP, João Alberto Pizzolatti Jr. encaminhou carta ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, para informar que está protegido das investigações da Lava Jato de Curitiba. Na carta, Pizzolatti diz que foi nomeado secretário em Roraima e argumenta que o cargo lhe confere o direito de ser julgado pelo Tribunal de Justiça do estado e, no caso da Lava Jato, pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, admitiu nesta quinta-feira (19), que tratou de vazamentos da Operação Lava Jato na audiência que teve no último dia 5 com advogados da empreiteira Odebrecht. Os defensores da empresa reclamaram dos vazamentos e disseram avaliar que o inquérito que trata do caso não estava correndo como deveria na Polícia Federal, instituição subordinada ao ministério. Cardozo negou ainda que tenha havido qualquer pedido de interferência nas investigações.

O ministro disse que, no encontro com os advogados, pediu que a empresa formalizasse as reclamações em uma representação – o que foi feito na sequência. "A empresa Odebrecht disse que ao longo da Lava Jato havia vazamentos ilegais que atingiam a empresa e que isso qualificava clara ofensa à lei", afirmou o ministro. Quando aconteceram os primeiros vazamentos de conteúdo das delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, no ano passado, Cardozo anunciou que abriria uma investigação para apurar o caso.

A Odebrecht levou ainda uma segunda reclamação ao ministro, que Cardozo não divulgou alegando estar sob segredo de justiça. O ministro informou que encaminhou a queixa ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. A reportagem apurou, porém, que os advogados da Odebrecht apresentaram duas representações ao ministério questionando a cooperação entre a Suíça e o Brasil para apurar o esquema de corrupção que tem a Petrobras como alvo central.

Cardozo também negou que no encontro tenha ocorrido qualquer solicitação para criar obstáculos à Operação Lava Jato. "Em nenhum momento tocou-se na possibilidade de o governo ajudar na libertação de presos", disse Cardozo. Ele ainda disse que a reunião com a Odebrecht foi registrada em ata e consta de sua agenda pública. Problemas na divulgação da sua agenda, noticiados pela imprensa, foram justificados por Cardozo como um "erro do setor de informática".

Ele também disse ser rotineiramente procurado por advogados para tratar de questões ligadas ao ministério e que recebê-los é sua obrigação. O ministro ainda admitiu ter tido um encontro com o advogado Sérgio Renault, da UTC (outra empreiteira investigada). Mas disse que o encontro foi casual.

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CPI na semana que vem

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu instalar a CPI da Petrobras só no final fim da próxima semana. Os partidos terão até as 12h da próxima quinta-feira (26) para concluir a indicação dos 27 membros da comissão.