Ministro da Previdência, Gabas ,defendeu que “a sociedade” deve “se levantar e defender o emprego”.| Foto: Josue Teixeira/Josue Teixeira

O ministro da Previdência, Carlos Gabas, afirmou nesta terça-feira (3) que a Operação Lava Jato, que investiga desvio de recursos da Petrobras, “não pode penalizar os trabalhadores”, após citar demissões feitas por empreiteiras acusadas de envolvimento no esquema.

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Gabas defendeu os acordos de leniência com as empresas, que livrariam elas de uma eventual declaração de inidoneidade, por meio da qual elas são impedidas de contratar com o poder público. As declarações do ministro foram dadas durante audiência com a bancada do PR na Câmara para explicação das medidas do ajuste fiscal do governo.

“Você vai corrigir isso aqui e segue sua vida com os seus empregos, porque se não o Brasil, que fez opção correta de ter conteúdo nacional na indústria de base, principalmente nas plataformas e nas sondas, não vai poder cumprir isso porque não vai ter empresa para fazer, vamos ter que contratar na China, aí vamos dar emprego para a China e vamos derreter os empregos no país”, afirmou o ministro.

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Gabas defendeu que “a sociedade” deve “se levantar e defender o emprego”.

“Não [é defender] quem fez a falcatrua, quem fez tem que ser responsabilizado, tem que ser preso; agora, não pode penalizar os trabalhadores. São milhares e milhares de empregos que vamos perder e nossa economia vai encolher por uma questão que não é de responsabilidade do trabalhador”, declarou.

Também presente na audiência, o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) voltou a defender os acordos de leniência e disse que, com eles, “os empregos são preservados e as regiões que dependem desses investimentos são preservadas”.

Os acordos de leniência, previstos na Lei Anticorrupção, são centro de uma polêmica entre o Ministério Público Federal e o governo federal. Procuradores são contra esse instrumento e dizem que pode atrapalhar as ações em andamento. O governo afirma que a competência está definida em lei e que não há repercussão nas ações penais.

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