O doleiro Alberto Youssef recebeu o maior número de condenações: sete| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O ano de 2015 consolidou a Operação Lava-Jato como a principal ação de combate à corrupção na História do Brasil. Em um ano e nove meses, as investigações levaram à condenação de 61 réus. Fazem parte dessa lista os donos das maiores empreiteiras do país, ex-dirigentes da estatal, empresários, doleiros, políticos e até seus familiares.

CARREGANDO :)

Veja mais notícias da Operação Lava-Jato

Até o momento, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou ao juiz Sérgio Moro 35 denúncias contra 173 pessoas. Somadas, as penas aplicadas chegam a 679 anos, 5 meses e 15 dias nas 15 sentenças já proferidas por Moro. O juiz também absolveu 17 pessoas.

Publicidade

Na última coletiva de 2015, em 14 de dezembro, o MPF fez um balanço da atuação da força-tarefa da Lava-Jato. Desde o início das investigações, foram instaurados 941 procedimentos de investigação, sendo que 266 ainda permanecem em sigilo máximo.

As ações levaram à decretação de 116 mandados de prisão, sendo 61 preventivas e 55 temporárias. Além de 88 mandados de condução coercitiva, onde a pessoa é obrigada a ir prestar depoimento na Polícia Federal.

Além disso, os agentes realizaram 360 mandados de buscas e apreensões que levaram ao bloqueio de R$ 2,4 bilhões. Foram feitos 35 acordos de delação premiada e quatro acordos de leniência.

Até o momento, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque é quem recebeu a maior pena: 20 anos e 8 meses de prisão. Depois dele, o ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP-PE), que também foi condenado no mensalão, recebeu pena de 20 anos, 7 meses e 10 dias por corrupção e lavagem de dinheiro.

O doleiro Alberto Youssef, um dos delatores, recebeu o maior número de condenações: 7. Se fosse cumprir sua pena integralmente, o doleiro passaria quase cem anos na cadeia. Por conta do acordo de delação, no total, Youssef ficará três anos preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba e depois cumprirá dois anos de regime domiciliar.

Publicidade

Campanha

O procurador da República Deltan Dallagnol, que coordena a equipe do Ministério Público Federal, disse que, apesar dos números, ainda não há o que comemorar. Dallagnol defendeu a necessidade de uma mudança na sociedade e ressaltou a campanha “10 Medidas Contra a Corrupção” como um instrumento para isso. O projeto dessa campanha surgiu durante a Lava-Jato como instrumento de mobilização da sociedade.

“Estamos vendo o cavalo enseiado das mudanças contra a corrupção passar sem que nós tenhamos montado até o momento “, disse, ressaltando que as propostas das “10 Medidas Contra a Corrupção” dão um caminho para o combate à corrupção no Brasil.

Em seis meses, a iniciativa ultrapassou um milhão de assinaturas para o projeto de inciativa popular, criando instrumentos para criminalização do enriquecimento ilícito; aumento das penas e crime hediondo para corrupção de altos valores; celeridade nas ações de improbidade administrativa; reforma no sistema de prescrição penal; responsabilização dos partidos políticos e criminalização do caixa 2, entre outros ajustes na legislação.