O médico-legista Carlos Delmonte Printes, que participou da perícia sobre a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, foi encontrado morto nesta quarta-feira em seu escritório, na Zona Sul de São Paulo. O registro feito da Polícia foi de "morte suspeita", já que foi encontrado no local uma carta com várias páginas em que o perito deixava instruções a família sobre questões bancárias e falava até sobre como gostaria que seu enterro fosse conduzido.

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O corpo foi encontrado no início da tarde pelo filho do perito, Guilherme, e a primeira versão divulgada é que ele havia sido morto com um tiro na cabeça. À noite, ao deixar o local, o diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Domingos Paulo Neto, afirmou que o mais provável é que tenha sido morte natural. Segundo ele, familiares revelaram que há dois meses Delmonte começou a se queixar de uma forte gripe, que acabou evoluindo para pneumonia.

- Em princípio, é morte natural - afirmou o delegado.

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Em depoimento ao Ministério Público, Delmonte disse que o prefeito foi brutalmente torturado antes de morrer e que foi pressionado a esconder seu relato pela Polícia Civil - que sustentou a tese de que Celso Daniel foi vítima de crime comum (seqüestro-relâmpago seguido de morte) sem prática de tortura.

Daniel foi seqüestrado na noite de 18 de janeiro de 2002. Ele estava em um carro guiado pelo ex-segurança e empresário Sérgio Gomes da Silva. Dois dias depois, o corpo foi encontrado com marcas de tiro. Gomes da Silva foi acusado pela promotoria de ser o mandante.

O Ministério Público acredita que a morte do prefeito estaria relacionada com um suposto esquema de corrupção montado durante a gestão dele na prefeitura de Santo André e que, por não concordar com esse esquema, Daniel teria sido morto. Em agosto deste ano, a Polícia Civil reabriu as investigações devido às recentes denúncias apresentadas na CPI do Mensalão.

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