O governador de São Paulo, Cláudio Lembo, do PFL, criticou duramente o senador Antonio Carlos Magalhães, também do PFL, durante uma sabatina promovida pelo jornal Folha de São Paulo, nesta terça-feira. Questionado sobre a declaração do senador, de que ele teria cara de burro, Lembo retribuiu quase que na mesma moeda. Ele chamou ACM de senhor de engenho e disse que o senador retrata a elite branca, que trata os outros como se fossem lacaios.
Lembo relembrou a violação do painel do Senado, episódio registrado sob a presidência de ACM. Provocado por um dos participantes se não deveria dar um chega para lá no senador baiano, Lembo respondeu que não teme Antonio Carlos Magalhães, "que como burro vai em frente e bate" e disse se sentir apenas surpreso pelo senador. Depois da entrevista, o governador declarou que não esperava tamanha grosseria de um senador da República e membro do mesmo partido.
Consciente da aliança entre o PSDB e o PFL e da busca do presidenciável Geraldo Alckmin pelo apoio de Antonio Carlos Magalhães na Bahia. Lembro disse que em respeito a Alckmin não se recusará a subir no mesmo palanque com ACM. Mas Lembo também foi duro e em diversos momentos usou de ironia para responder às perguntas sobre a ação das polícias civil e militar em resposta aos ataques criminosos no estado.
- Vocês acham que a polícia deveria ir para a linha de frente com bandidos e perguntar se eles gostariam de tomar café? - perguntou o governador para defender as ações da polícia, que, segundo ele, foram absolutamente equilibradas.
Neste momento, parte da platéia riu e o governador reagiu:
- É fácil rir. No dia dos ataques vocês estavam em casa, enquanto a polícia enfrentava bandidos - disse.
O governador voltou a dizer que não houve acordos com facções criminosas para cessar os ataques e disse ainda que a polícia vai desmontar a organização criminosa no estado, mas não deu garantias do controle do governo do estado para evitar uma nova onda.
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