No seminário do PSB, realizado nesta segunda-feira (05) no Rio de Janeiro, velho aliado do governo petista, um rebelde filiado do partido foi o mais contundente nas críticas à presidente Dilma Rousseff e sua equipe. Ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cargo que ocupou no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o economista Carlos Lessa também reclamou do ex-presidente e do tucano José Serra, de quem foi professor e padrinho de casamento.

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Em entrevista após sua participação no seminário sobre a crise econômica internacional, Lessa contou que filiou-se ao PSB depois de deixar o PMDB, mas que se desentendeu com os jovens socialistas por causa do apoio deles ao Prouni, programa iniciado no governo Lula de oferta de bolsa de estudos para alunos pobres em universidades particulares.

"Não fico em um partido que a juventude é a favor da universidade privada, com cotação em bolsa de valores e participação estrangeira. Para mim educação é universal, pública e gratuita. E vem a juventude do PSB apoiar o Prouni! Educação não é negócio", disse Lessa, que, apesar das desavenças, ainda continua filiado ao partido.

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"Sou membro do PSB, mas não faço nada", disse. O economista e professor afirmou que está "observando" o PSOL e elogiou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). "O PSOL queria que eu fosse candidato ao governo do Rio. Estou em observação, olhando, espiando. Como moça bonita que fica à espera de convites. Velho não gosta de não ter cotação nenhuma, gosta de se sentir necessário", afirmou.

Depois de criticar a campanha de Dilma e Serra, que, segundo Lessa, "prometeram mundos e fundos e não discutiram o financiamento do Estado brasileiro, o que é um estelionato eleitoral", o professor atacou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a presidente. "É uma vergonha a declaração do Mantega de que está satisfeito porque o País desacelerou. Isso é uma maluquice", afirmou. "A Dilma fez a pior declaração de economista que eu vi até hoje, de que os brasileiros devem consumir com moderação. Como é isso? É consumir ou não? Não existe moderação para o país como um todo. Ela sabe disso", criticou Lessa, que também deu aula para Dilma.