Em um corpo a corpo para convencer os parlamentares a aprovar medidas do ajuste fiscal para viabilizar uma retomada do crescimento da economia, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou a fazer um apelo a senadores para que aprovem as medidas ainda em 2015.
Ele almoçou nesta terça (10) com parlamentares dos partidos PTB, PR, PSC e PRB, que formam o bloco União e Força no Senado.
No encontro, Levy fez uma explanação, classificada como otimista, sobre as expectativas do governo para a retomada da economia e disse acreditar que o país poderá voltar a crescer, a partir de meados de março do ano que vem. Mas isso tudo, desde que o Congresso aprove medidas como a recriação da CPMF e o projeto de repatriação de recursos depositados ilegalmente no exterior.
Segundo o senador Blairo Maggi (PR-MT), os parlamentares alertaram o ministro sobre as dificuldades que as medidas enfrentam no Congresso e a desconfiança do grupo em relação à confiabilidade sobre a situação real das contas públicas, com um sucessivo aumento nos valores do déficit fiscal.
“Não deixamos de colocar o medo de que as contas do governo ainda não são totalmente corretas, do déficit que ele tem. Ou seja, o que a gente está percebendo é que cada semana é um número e portanto, enquanto não chegar em um número final do déficit que o governo tem, acho difícil o Congresso avançar além das matérias que já estão aí”, disse.
De acordo com Maggi, o ministro contou que um dos fatores que pegou o governo de surpresa neste ano foi a queda na arrecadação de impostos. “Ele contou que as empresas e as pessoas estão declarando o imposto, lançando o imposto mas não o estão pagando. Isso tem um impacto bastante grande na arrecadação da União”, disse.
Para ele, o governo deveria ter um plano B já que é dado como certo que o Congresso não irá aprovar as medidas do ajuste fiscal até o fim do ano. O próprio governo reconhece que a CPMF só deve ter sua votação concluída no meio do ano que vem.
GREVE
De acordo com o senador, Levy demonstrou preocupação com a greve dos caminhoneiros, deflagrada nesta segunda-feira (9). Para Levy, o movimento é um ingrediente novo que está sendo adicionado às crises política e econômica que têm atravancado o ajuste fiscal tentado pelo governo.