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O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou nesta terça-feira (15) que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sinalizou com a liberação de recursos de empréstimos aos governadores em reunião na segunda (14) para pedir apoio ao pacote de ajuste fiscal da União.

Medidas que reduzem recursos do Sistema S valem até dezembro de 2019

O peemedebista, um dos principais aliados da presidente Dilma Rousseff, disse que os governadores vão se reunir nesta quarta (16) para definir como articular no Congresso a aprovação de uma alíquota adicional à CPMF e se dividem essa receita com os municípios.

Cortes

Medida Descrição Impacto Afetados
Mudança de fonte do Minha Casa, Minha Vida Ideia é que o FGTS passe a participar dos gastos da faixa 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida. R$ 4,8 bilhões Todos os trabalhadores
Mudança no PAC Emendas parlamentares serão direcionadas para execução de programas para o PAC. R$ 3,8 bilhões Deputados e senadores
Reduzir despesa discricionária para o orçamento da saúde 50% das emendas parlamentares impositivas já vão para saúde. Ideia é direcionar esse porcentual para programas prioritários do Ministério da Saúde R$ 3,8 bilhões Deputados e senadores
Redução do custo administrativo Renegociação de contratos, limites para gastos com servidores e redução de ministérios R$ 2,0 bilhões Servidores e fornecedores do governo federal
Suspensão de concursos públicos Suspender concursos públicos, não só para o governo federal como para os demais Poderes. R$ 1,5 bilhão Quem estuda para fazer concursos federais
Eliminação do abono de permanência Benefício pago a servidores que adquirem condição de aposentadoria, mas permanecem no trabalho. Proposta de emenda constitucional (PEC) será enviada ao Congresso. R$ 1,2 bilhão Aposentados que continuam trabalhando
Revisão do gasto com subvenção de garantia de preços agrícolas Gastos previstos com garantias de preços agrícolas serão reduzidos. R$ 1,1 bilhão Produtores agrícolas
Garantir a implementação do teto remuneratório do serviço público Proposta é enviar um projeto de lei ao Congresso para disciplinar a metodologia de cálculo do teto de remuneração do serviço público. Envolve diversas esferas da federação. R$ 0,8 bilhão Servidores que ganham acima do teto

Impostos

Medida Descrição Impacto Afetados
CPMF Recriação da CPMF, imposto que incide sobre operações financeiras, com alíquota de 0,20%. Objetivo é que a CPMF não dure mais de quatro anos. R$ 32 bilhões em arrecadação Toda a população
Imposto de Renda Aumento da alíquota do Imposto de Renda de pessoa física sobre ganhos de capital. O aumento do IR terá 4 alíquotas, que vão de 15 a 30%, esta para ganhos de capital acima de R$ 20 milhões. R$ 1,8 bilhão Quem apontar aumento de capital na Declaração do IR
Redução do gasto tributário Redução das compensações do Reintegra, programa que devolve parte das receitas obtidas através de exportação de produtos industrializados, de forma gradual. R$ 2 bilhões em economia Empresas exportadoras
Redução PIS/Cofins Redução da alíquota de PIS/Cofins no Regime Especial da Indústria Química. R$ 800 milhões em economia Indústrias do setor químico
Mudança no Sistema S Mudança na dedução de valores do Sistema S. R$ 2 bilhões em economia Entidades do Sistema S, como Sesi e Senac.

O governo federal propôs uma taxa de 0,2% sobre as movimentações financeiras, mas sugeriu aos Estados que pressionem por um aumento para que fiquem com a arrecadação adicional.

De acordo com Pezão, a reunião deixou governadores “animados”. “Ela [Dilma] e o Joaquim [Levy] acenaram aos Estados em liberar algumas coisas que estavam presas, de empréstimos que negociados anteriormente e que estavam retidos. Ele sinalizou que vai começar a analisar com a Secretaria de Tesouro”, disse à Folha o governador do Rio.

O peemedebista afirmou que o Estado tem recursos de empréstimos para a linha 4 do metrô retidos pelo Tesouro. A União é a garantidora destes financiamentos, motivo pelo qual é responsável pelo repasse das verbas.

Pezão defendeu a criação do novo imposto para financiar a Previdência. E disse que os governadores podem ajudar Dilma na aprovação do pacote de ajuste fiscal. “O ambiente político está muito carregado. Os governadores podem ajudá-la. Não temos controle da bancada, mas ela pelo menos tirou uma solidariedade dos governadores que estavam ali”, disse Pezão.

Medidas que reduzem recursos do Sistema S valem até dezembro de 2019

As duas medidas do pacote fiscal que reduzem as contribuições para o Sistema S serão transitórias e terão prazo de validade de quatro anos (2016 a 2019), informou a Receita Federal. Conjunto de nove entidades, o sistema reúne o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Social da Indústria (Sesi) e Serviço Social do Comércio (Sesc), entre outros, e perderá receitas com ajuste fiscal proposto pela presidente Dilma Rousseff.

O pacote prevê duas medidas que vão reduzir em R$ 8 bilhões as contribuições para o Sistema S. A primeira medida diminui em 30% as alíquotas das contribuições pagas pelas empresas ao Sistema S e, em contrapartida, haverá aumento da contribuição previdenciária incidente sobre a folha em 0,9%. Essa medida vai gerar uma arrecadação maior das contribuições para a Previdência em R$ 6 bilhões.

A segunda medida transfere para o Sistema S o custo de benefício tributário dado à inovação tecnológica. Hoje, as empresa podem abater do IRPJ e da CSLL 60% a 80% a mais dos gastos com inovação. Com a medida anunciada ontem, o benefício será deduzido das contribuições a serem pagas ao Sistema S.

Ou seja, em vez de reduzir do imposto a ser pago, as empresas vão abater o benefício fiscal do valor devido ao Sistema S. O governo estima que aumentará em R$ 2 bilhões a arrecadação do IRPJ e CSLL, já que o benefício fiscal será bancado pelo Sistema S.

O coordenador-geral de Tributação da Receita, Fernando Mombelli, defendeu as duas medidas e ressaltou que não haverá aumento da carga tributária para as empresas. Ele reconheceu que haverá impacto para as entidades que compõem o Sistema S, mas ponderou que os recursos serão alocados para a Previdência.

“Impacto há. Mas o juízo de valor que o governo fez foi que o dinheiro está sendo realocado para rubrica mais essencial”, disse ele, referindo-se ao financiamento da Previdência Social.

Hoje, além da contribuição devida ao INSS, as empresas pagam contribuições para terceiros, que vão para o Sistema S. Essa contribuição depende de cada setor. A maior alíquota é de 5,8% sobre a folha de pagamentos.

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