Uma libanesa de 38 anos foi presa em São Paulo, sob suspeita de envolvimento com terrorismo e tráfico de armas. Ela estava sendo procurada pela Interpol e estaria supostamente ligada ao atentado que resultou na morte do ex-primeiro-ministro do Líbano Hafik al-Hariri, em fevereiro de 2005. A libanesa é acusada também de aplicar golpes em bancos de seu país que somariam US$ 4 milhões.
A mulher, que não teve a identidade divulgada, foi presa no domingo à noite pela Polícia Civil de São Paulo, em um flat na zona leste da capital, e levada para a delegacia do bairro de Itaquera. Segundo a polícia, o passaporte da libanesa é da Irlanda do Norte, mas pode ser falso.
Um interrogatório será realizado possivelmente nesta manhã, com o auxílio de um intérprete, na delegacia onde a libanesa está detida. A polícia deve dar também uma entrevista coletiva sobre o caso.
A morte do ex-primeiro-ministro Hariri num atentado com explosivos numa rua central de Beirute mergulhou o Líbano numa crise grave. Protestos de massa acusaram a Síria pelo assassinato e forçaram Damasco a curvar-se à pressão internacional e retirar suas tropas do Líbano dois meses depois do atentado. Desde então, uma série de assassinatos e atentados a bomba vêm ocorrendo e suscitando temores de uma divisão do país, ainda assombrado pelo passado de guerra civil.
Num primeiro momento, chegou-se a noticiar que a mulher seria suspeita de ter algum envolvimento no assassinato do primeiro-ministro de Israel Yitzhak Rabin, há 11 anos - o que soou historicamente confuso e improvável. Rabin foi assassinado em novembro de 1995, durante uma manifestação pacifista, por um jovem judeu nacionalista, com três tiros. Yigal Amir era um fanático, inconformado com os acordos de paz e, até onde se sabe, agiu sozinho.
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