Atualizado em 13/08/2006 às 17h59
O repórter da TV Globo Guilherme Portanova continua em poder dos seqüestradores. Ainda não foram feitos novos contatos. A Rede Globo divulgou nesta manhã uma nota explicando que cumpriu a exigência dos seqüestradores sob orientação do International News Safety Institute (INSI), com sede em Bruxelas, e à The AKE Group, uma empresa especializada em gestão de riscos. As duas entidades afirmaram que, quando os prazos são exíguos e quando não se têm dúvidas sobre o descompromisso dos bandidos para com a vida humana, a postura correta é ceder às exigências, dando antes ciência à polícia sobre o conteúdo do que irá divulgar.
O auxiliar técnico da Alexandre Coelho Calado, 27 anos, foi libertado às 22h30m deste sábado, próximo à sede da emissora. Com ele, os criminosos deixaram um vídeo. Eles exigiam a divulgação da fita em troca da libertação do jornalista. Os dois foram seqüestrados na manhã deste sábado no Brooklin, zona sul de São Paulo. No início da madrugada deste domingo, a Rede Globo exibiu um vídeo da facção criminosa que atua no estado de São Paulo. O diretor de jornalismo da Rede Globo de São Paulo, Luiz Cláudio Latgé, confirmou no início da madrugada deste domingo a libertação de Calado.
Latgé disse que a exibição do vídeo foi uma decisão única da emissora, sem participação do governo de São Paulo ou da polícia. No vídeo, um integrante da facção faz críticas ao sistema penitenciário. Na semana passada, outra emissora de televisão havia recebido uma fita com teor semelhante, mas optou por não divulgá-la.
O auxiliar depôs ainda de madrugada na Delegacia Anti-Seqüestro da capital. [Retrato falado dos suspeitos] Os bandidos fugiram em um carro roubado, segundo boletim de ocorrência registrado no 15º Distrito Policial. O veículo foi encontrado queimado pouco depois pela polícia. Testemunhas disseram que Portanova e Alexandre foram forçados a entrar em outro carro, um gol vermelho. O carro da Globo estava estacionado próximo à padaria com os equipamentos de reportagem, mas nada foi roubado. O cinegrafista da equipe já havia ido embora para casa.
O caso foi registrado no 96º Distrito Policial. Quatro ou cinco homens devem estar envolvidos no crime, segundo a polícia. Segundo o delegado Dejair Rodrigues, "os investigadores estão na rua para apurar o caso". Ele já havia afirmado no sábado que todas as hipóteses estavam sendo levadas em consideração, inclusive, a de seqüestro por membros de facções criminosas.
- É prematuro dizer que membros de facções criminosas estão envolvidos no caso, mas não descartamos nenhuma hipótese - disse Rodrigues no sábado.
A TV Globo divulgou nota confirmando o desaparecimento dos dois funcionários no sábado e informou que os dois tomavam café na padaria quando foram abordados. Guilherme Portanova trabalha na TV Globo de São Paulo há oito meses. Alexandre Calado é funcionário há cinco meses. A família do repórter, que é de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, veio para São Paulo.
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