Depois de participar no Palácio do Planalto de reunião do núcleo de coordenação, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), classificou como "abuso" e "forçação de barra" a ameaça da oposição de querer envolver o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas investigações sobre a denúncia de que a campanha eleitoral do PT em 2002 recebeu US$ 3 milhões de Cuba. Chinaglia disse que não há prova dessa denúncia e que a oposição está querendo antecipar o enfrentamento eleitoral do ano que vem. Irônico, o líder do governo disse que já acusaram o PT de receber dinheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e que isso nunca foi provado e que agora surgiram as denúncias envolvendo Cuba.
- Só falta a oposição dizer agora que o PT recebeu dinheiro do Bin Laden. Se a oposição vai por aí, o governo não vai. O enfrentamento político-eleitoral vamos fazer no momento apropriado. Se a oposição escolhe esse caminho é um abuso, uma forçação de barra tremenda - disse Chinaglia.
O líder disse ainda que seria um erro dramático para o Brasil se o governo se sentisse atingido pelas denúncias porque não há provas. Para ele, cabe apenas ao PT dar uma resposta, e não ao governo.
- Não vamos colocar o governo num clima de guerra fria. Essa denúncia morre em alguém que já morreu - disse Chinaglia, referindo-se a Ralf Barquete, ex-assessor de Palocci já falecido.
- Não quero crer que essas informações se tornem realidade, de investigar o presidente e o ministro Palocci. Não quero crer que se transforme em realidade isso de levar o presidente da República a uma CPI apelidada de CPI do fim do mundo - ironizou.
O líder disse ainda que o governo deve se manter no seu tom, de promover o crescimento econômico e a geração de empregos e lembrou como parte dessa estratégia a aprovação da MP do Bem. A reunião de coordenação, que contou com a presença de Lula, durou cerca de duas horas e teve a participação do ministro Palocci, de Jaques Wagner (Relações Institucionais), Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e Dilma Rousseff (Casa Civil), além do vice-presidente José Alencar e Chinaglia.
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