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Irritado com a demissão de um irmão e uma cunhada da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), órgão subordinado ao Ministério da Defesa, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou que vai apresentar uma proposta de emenda à Constituição que obrigue o presidente da República a nomear um militar da ativa ou da reserva para comandar a pasta. A emenda de Jucá é uma retaliação à decisão do ministro Nelson Jobim, que elaborou e conseguiu a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o plano de demissões de indicados políticos da Infraero - empresa estatal que trata da infraestrutura dos aeroportos.

Um dos demitidos foi Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo, que era assessor da Infraero no Recife. A cunhada de Jucá, Taciana, mulher de Oscar, também foi demitida. "Se depender de mim, o ministro Jobim fica. Aliás, ele fica até eu aprovar a minha proposta de emenda constitucional, que define que o ministro da Defesa precisa ser militar da ativa ou da reserva para entender de Defesa", disse ontem Jucá, em discurso no plenário do Senado. Ele explicou que reclamou com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, da forma "deselegante" como ocorreram as demissões.

"Registrei dentro do governo a falta de cortesia, a falta de educação, a falta de civilidade que se fez ao demitir, não o meu irmão, mas qualquer pessoa que trabalhasse na Infraero, da forma como fizeram, porque nós, políticos, não podemos entender que a classe política seja motivo para demissão de alguém", observou Jucá.

Na tentativa de afastar as especulações de que o PMDB pressiona o governo contra as demissões de apadrinhados políticos da Infraero, Jucá garantiu que não pediu a ninguém para seu irmão Oscar ser readmitido na Infraero. "Não pedi para meu irmão voltar, não falei com o presidente Lula para meu irmão voltar", afirmou Jucá, ao observar que pediu até hoje apenas a modernização do aeroporto de Boa Vista.

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