Em nota oficial divulgada neste sábado, o líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), pediu a demissão imediata do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. A nota afirma que Marinho já não reúne mais as condições políticas necessárias para manter-se no cargo. Rodrigo Maia lembra que, segundo noticiado nos principais veículos de comunicação, "o Sr. Klaus-Joachim Gebauer, ex-funcionário da Volkswagen, confirmou que a viagem de Luiz Marinho em 2001 à Alemanha, com o suposto objetivo de defender os interesses de trabalhadores brasileiros, foi, na verdade, embalada por festas, orgias e noitadas, sob o patrocínio da própria empresa".
O líder pefelista afirma que tal conduta permite identificar, além de um profundo descaso com os trabalhadores, aguçada suscetibilidade às gentilezas oferecidas pelos poderosos que, de algum modo, têm interesse na sua atuação.
Rodrigo Maia destaca na nota que o mesmo descaso foi possível constatar em relação ao reajuste do salário-mínimo realizado nos últimos dois anos. "Diferentemente do que ocorria em mandatos passados, não se ouviu mais a voz do Sr. Luiz Marinho fazendo coro com as demais entidades representativas dos trabalhadores e com diversos parlamentares na defesa de patamares mais elevados para o salário-mínimo. Seu silêncio, nesses importantes momentos, tornou clara sua opção entre as benesses do poder e as reivindicações dos trabalhadores."
O texto afirma ainda que o despreparo político de Marinho transpareceu a partir de suas declarações que, "de modo patético", pretenderam atingir o senador Jorge Bornhausen. "No entanto, ao pretender aliar a imagem de um homem público íntegro - com irretocável histórico de serviços prestados ao país - ao odioso regime totalitário praticado na Alemanha na primeira metade do século passado, mostrou-se sem o equilíbrio político que o alto posto que exerce requer. Maculou gravemente sua relação com a oposição, criando, certamente, mais entraves ao governo no Parlamento e, especificamente, aos projetos relacionados à pasta que dirige."
Rodrigo Maia ressalta que de forma curiosa, após as declarações de Marinho, "a cidade de Brasília foi tomada por cartazes de péssimo gosto contendo montagem infeliz justamente com a figura do senador Jorge Borhausen". Ele lembra que por meio da imediata ação da Polícia do Distrito Federal, descobriu-se que os cartazes teriam sido encomendados por um dos diretores do Sindicato dos Profissionais em Processamento de Dados (SINDPP), entidade filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT). "As ofensas gratuitamente proferidas e a subseqüente atuação de entidades intimamente vinculadas à CUT, presidida até pouco tempo pelo próprio Sr. Luiz Marinho, lançam, sem dúvida, fortes suspeitas sobre sua participação neste infeliz e criminoso atentado contra a honra do senador Jorge Borhausen. As investigações chegarão, certamente, aos verdadeiros mandantes deste lamentável episódio. E não perderão de vista as coincidências ora ressaltadas."
Ao finalizar a nota, o líder pefelista faz um apelo ao presidente Lula: "Impõe-se que o Presidente da República, em face do desequlíbrio político demonstrado pelo Sr. Luiz Marinho, bem como da sua noticiada suscetibilidade frente as benesses do capital em prejuízo dos legítimos interesses dos trabalhadores, reflita sobre o equívoco de sua nomeação e promova, de pronto, a substituição do responsável pelo Ministério do Trabalho e Emprego."
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