Três horas depois do início do depoimento do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, o líder do PR, deputado Lincoln Portela (MG), apareceu na sessão conjunta de duas comissões da Câmara para reclamar da forma como foram feitas as demissões na pasta. Irritado com a saída do ex-ministro e senador Alfredo Nascimento (PR-AM) dos Transportes, o PR deixou nesta terça-feira (16) formalmente a base do governo Dilma Rousseff.
"Quero externar o meu lamento quanto a essa lista de demissões de 22, 24 pessoas entregues à imprensa, que sangraram o partido. Lamentei o fato de o senhor não ter deixado claro que os 22, 24 não eram esses corruptos, esses criminosos", criticou Portela. "Todos foram colocados em uma vala comum injustificável. Lamento que tenha sido usado de forma inadequada o afastamento dos demitidos", respondeu o ministro, ao agradecer o apoio do PR.
O líder Portela aproveitou ainda para deixar claro que Passos é uma "indicação da cota da presidente Dilma Rousseff" e não do PR. Lincoln Portela negou também que o partido cogite desfiliar Passos do partido. Filiado ao PR desde 2006, Passos ficou no lugar de Alfredo Nascimento. "Os ministros todos, sem exceção, devem lealdade e prestação de conduta de seus atos à presidente Dilma Rousseff, não importa a que partido pertença", disse o ministro, em seu depoimento.
A oposição levou uma tropa de choque para a sessão conjunta da Comissão de Viação e Transportes e de Fiscalização e Controle. Durante mais de três horas, Passos foi bombardeado pela oposição. Antes do PR, o líder do PT, Paulo Teixeira (SP), defendeu o ministro. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), ficou ao lado de Passos praticamente desde o início da sessão. "O Vaccarezza parece um cão de guarda", ironizou um deputado da base presente a sessão.
No depoimento, Passos voltou a afirmar que não vê necessidade na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar irregularidades em sua pasta. Ele considerou um "exagero" as acusações da oposição de que o Dnit "está completamente podre". "Eu concordo se falarmos em falhas, em deficiências no Dnit", admitiu o ministro. "No Dnit, como em qualquer órgão, encontramos desvios de conduta", disse. "Agora, temos os instrumentos legais e necessários para apurar o que quer que seja, sem necessidade de precisar de uma CPI", repetiu. Passos disse ainda que estão sendo feitos "ajustes na máquina administrativa" com as mudanças feitas no Dnit e na Valec.
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