O líder do PSC, André Moura (SE), afirmou nesta segunda-feira (4) que as manifestações contra o deputado e pastor Marco Feliciano (SP) não irão influenciar a bancada do partido na escolha do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. "Temos o total respeito, mas não concordamos com determinadas manifestações. Isso não vai mudar a nossa decisão. Pode até o fortalecer", disse o deputado, que afirma estar recebendo muitos e-mails contra o pastor. A bancada do partido irá escolher o indicado para o cargo em uma reunião que acontecerá nesta terça-feira.
Mais três deputados da sigla também são candidatos: Lauriete (ES), que é cantora gospel; Antônia Lúcia (AC) e Zequinha Marinho (PA), que são membros da Assembleia de Deus.
Em acordo entre os partidos para a divisão de cargos em comissões da Câmara, na semana passada, o PSC ficou com o direito de indicar um nome para o cargo. Desde então, Feliciano, que é conhecido por suas declarações contra os homossexuais, é cotado como o favorito. Os outros três deputados já fizeram declarações contra o projeto de lei para criminalizar a homofobia.
No final de semana, a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) publicou nota de protesto contra a indicação do pastor. Segundo a associação gay, o deputado tem feito reiterados pronunciamentos públicos na contramão dos objetivos da comissão. "Em mais de uma ocasião, [Feliciano] teceu comentários depreciativos à população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, mostrando-se totalmente refratário ao reconhecimento dos direitos destas pessoas", defende a associação na nota.
A possibilidade de ele ocupar o cargo também tem gerado polêmica nas redes sociais.
No Avaaz, organização que promove campanhas virtuais, um abaixo-assinado pedindo a "imediata destituição" de Feliciano da comissão contabiliza 43 mil assinaturas --o pastor, porém, ainda não foi confirmado no comando do colegiado. Em contra-ataque, Feliciano também organizou um abaixo-assinado em sua defesa. O site já contabiliza 53 mil assinaturas. Ele diz também que está sofrendo "perseguição e até ameaça de morte".
O pastor, que fundou o Ministério Tempo de Avivamento, recebeu o apoio de outros líderes evangélicos. "Nós não pautamos nossas ações pelo que a mídia quer ou grupos depressão do ativismo gay. O PSC não pode dar 'mole'", afirmou o pastor Silas Malafaia, em seu Twitter. Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, é igualmente conhecido por suas declarações contra a homossexualidade.
Deixe sua opinião