O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), evitou partir para o ataque nesta segunda-feira (21) contra a indicação de José Antonio Dias Toffoli para o Supremo Tribunal Federal (STF). Ele pregou "cautela" para analisar a indicação e destacou que a sabatina de Toffoli pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), marcada para o próximo dia 30, será fundamental para a definição do partido. No dia da sabatina, a indicação será votada na comissão. Posteriormente, precisará ainda ser aprovada em plenário com 41 votos favoráveis.

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"Vamos analisar com muito cuidado, com cautela. Vou conversar com os senadores do PSDB e na nossa reunião semanal desta terça-feira (22) vamos debater este tema. Vamos ouvir todos e decidir. A minha ideia é olhar a repercussão no mundo jurídico e olhar a exposição do doutor Toffoli na sabatina, que será uma sabatina de verdade e não só para referendar a indicação", disse o tucano.

Ele destacou que a revelação de condenações em primeira instância contra o candidato a ministro pesam contra ele. Afirmou também que o fato de Toffoli ter sido reprovado em dois concursos para juiz estadual também é negativo. Virgílio, no entanto, disse que deseja ouvir Toffoli antes de definir a sua posição e a do PSDB. Para o tucano, Toffoli tem que mostrar também que "aquela coisa de advogado do PT ficou para trás".

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O líder tucano elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelas indicações anteriores ao Supremo e destacou a postura do tribunal como uma prova de que as nomeações têm sido acertadas. "As votações no Supremo têm traduzido independência do governo Lula, no que está certo. Não tem que ficar pagando favorzinho. Eles não são serviçais, são ministros da mais alta corte do Brasil."

A posição cautelosa de Virgílio contrasta com a do vice-líder tucano, Álvaro Dias (PSDB-PR). O senador do Paraná tem atacado publicamente a indicação. "Quando o presidente indica os candidatos com base nos critérios de competência e de conduta ilibada, nós aplaudimos. Nesse caso, ele [Toffoli] foi reprovado em dois concursos para juiz em São Paulo, não tem mestrado, nem doutorado. O notório saber jurídico não existe."

O senador tucano acredita que a aprovação de Toffoli pode acabar prejudicando a imagem do STF. "Uma indicação como essa compromete quem indica e desvaloriza a instituição", avalia Dias. "Será que vale a pena transformar o Supremo em cabide de emprego para atender aos companheiros?", questiona Dias. A assessoria de Toffoli informou ao G1 que ele não se manifestaria sobre as críticas de Dias.

O vice-líder do PT, Eduardo Suplicy (SP), saiu em defesa do indicado. Para o petista, as palavras do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, em favor de Toffoli, mostram a qualidade do indicado. "As palavras do ministro Gilmar Mendes e o reconhecimento de que ele [Toffoli] é um excelente jurista e um excelente AGU [advogado geral da União] mostra que ele reúne as qualidades para ser ministro do STF", afirmou.

Suplicy disse que "confia em Lula" na escolha e afirmou que as condenações em primeira instância precisam ser explicadas, mas não seriam suficientes para prejudicar a indicação.

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