Líder do PSDB, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) apresentou nesta quinta-feira (15) no Senado pedidos de informações sobre o suposto repasse de recursos do governo federal para o grupo Mídia Ninja. O tucano quer saber dos ministros da Fazenda, Cultura e de Minas e Energia se houve repasse de dinheiro da Petrobras, Banco do Brasil e da Cultura para o grupo de mídia independente.
Nunes cita, nos requerimentos, reportagem da revista "Veja" que aponta o repasse de recursos dos órgãos públicos para financiar projetos do grupo Mídia Ninja."Segundo apresentado na matéria da revista Veja, a realização dos diversos projetos divulgados pela rede contou com recursos públicos provenientes principalmente da Petrobras, do Ministério da Cultura e do Banco do Brasil", afirma o senador.
Nunes disse que, como o grupo ataca os tradicionais meios de comunicação de imprensa, é necessário descobrir como ocorre o seu próprio financiamento. "Há blogs que não evidentemente manipulados pelo PT e recebem dinheiro de órgãos federais. A Mídia Ninja faz críticas à mídia tradicional, por isso quero saber de onde vêm os recursos dessa a agência de notícias informal", afirmou.Os pedidos de Nunes têm que ser aprovados pela Mesa Diretora do Senado para que os ministérios sejam obrigados a encaminhar as informações para o Congresso. Se não forem aprovados, seguem para o arquivo da Casa.
O grupo é ligado ao coletivo Fora do Eixo, criado há dez anos e que diz reunir 200 associações culturais. Segundo Pablo Capilé, um dos idealizadores do grupo, entre 3% e 7% do orçamento da rede é proveniente de recursos públicos, por meio de leis de incentivo à cultura.Em 2012, disse ele, o Fora do Eixo movimentou de R$ 3 milhões a R$ 5 milhões. As declarações de Capilé foram dadas ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, no início de agosto.
Manifestações
Da tribuna do Senado, o líder do PSDB também criticou a tentativa de invasão do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, e as hostilidades ao governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) por grupos de manifestantes que cobram melhorias de condições de vida à população.
"Nenhuma causa, por mais nobre que seja, justifica a violência contra pessoas como forma de ganhar visibilidade pública nos meios de comunicação. Sou crítico do governador Sérgio Cabral, de sua gestão e aspectos do seu comportamento. Mas nada justifica uma ação dirigida contra a pessoa do governador Sérgio Cabral.
Cercarem sua residência, causarem vexame à sua família, injuriarem fisicamente, isso é inadmissível. Lembra procedimentos do fascismo de Mussolini", afirmou.O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou as ações de violência, mas saiu em defesa do ato ocorrido em frente ao Sírio Libanês por considerar que o hospital se tornou "símbolo" por atender a maioria dos políticos do país.
"Em fevereiro eu fiz check-up no Sírio pago pelo Senado. Caiu a ficha que, depois de tantos anos não só do PT, do PSDB também, quando o PT assumiu já não tinha médicos. Nem digo para o Sírio Libanês estar à disposição de todos, mas para ter médico, remédio. Caiu a ficha do trabalhador que sabe que seu filho está doente em casa, e o filho de quem tem dinheiro está no médico", afirmou o senador.