O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), criticou nesta quinta-feira (9) correligionários que pedem a saída do tesoureiro do partido, João Vaccarri Neto, e disse que há um movimento que se transformou em “verdadeira obsessão” para tentar “criminalizar as finanças do partido”.
Vaccari presta depoimento, na manhã desta quinta-feira (9), à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.
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Leia a matéria completaSegundo Sibá, a bancada petista orientou que o tesoureiro recorresse ao STF (Supremo Tribunal Federal) para conseguir uma autorização para permanecer calado numa tentativa de evitar que possa ocorrer voz de prisão por parte de algum parlamentar disposto a criar uma “espetacularização” do depoimento.
Para o petista, não há elementos que justifiquem a saída de Vaccari, que está sendo processado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal e é apontado por delatores do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras como arrecadador de propinas de empresas contratadas pela estatal.
“Não topo [a saída]. Quem diz isso está fora do eixo. O petista que disser isso está fora do eixo. Isso é um absurdo e será uma pré-condenação. Ele só sai se provarem alguma coisa. Se está com a consciência tranquila, é o que basta”, disse.
Segundo a reportagem apurou, o ex-presidente Lula está entre os que defendem o afastamento imediato de Vaccari e tem dito a aliados que, se permanecer no cargo, o tesoureiro não consegue nem se defender nem ajudar o partido.
Em carta aberta, dirigentes estaduais do PT do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina também pediram mudanças na política econômica do governo federal e o afastamento de filiados do partido indiciados em casos de corrupção, caso do tesoureiro nacional da legenda.
O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro é outro petista que já defendeu que Vaccari não pedir seu afastamento do cargo, o comando nacional do partido deve fazê-lo preventivamente.
Sibá afirmou que Vaccari vai colaborar com a CPI e responder ao que for questionado. Ele desconversou sobre o treinamento do tesoureiro para sua participação na CPI. O presidente do PT, Rui Falcão, teria afirmado a correligionários durante uma reunião que não haveria preocupação com a fala, uma vez que ele estaria sendo preparado.
O líder do PT também afirmou que o partido prepara uma ofensiva contra o PSDB na Justiça e está recolhendo material sobre escândalos envolvendo a cúpula tucana para constranger a oposição. “Se é guerra, vamos para a guerra”, afirmou.