A decisão do governo de recriar a CPMF não é uma unanimidade. O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), por exemplo, acredita que o assunto não está maduro para 2015 e que deveria ser discutido no Congresso Nacional a partir de 2016. Sibá pondera que, antes de enfrentar essa batalha na Câmara e no Senado, o governo precisa, primeiro conquistar apoios de prefeitos e governadores.
“Acho cedo essa discussão no Congresso. Tem que haver, primeiro, uma construção com outros agentes políticos. Envolver mais gente, como governadores e prefeitos. Esse ano, o máximo que pode ser feito, é dar um pontapé. Mas entendo que a PEC só deve ser votada em 2016, quando, aí sim, tentaremos criar um ambiente favorável para sua aprovação”, disse Sibá Machado, no Ministério da Saúde, onde participa da transmissão de cargo do novo ministro da área, Marcelo Castro.
Também presente ao evento, o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão mostrou-se cético em relação à troca o ministério, e diz que está na expectativa quanto ao desempenho de Castro na Pasta. Temporão foi ministro da Saúde entre 2007 e 2011. Foi na sua gestão que o Congresso derrubou a vigência da CPMF.
“Sai o deputado e entra o ministro [se referindo a Castro]. O mais importante é a mobilização, atender aos reais interesses da população. É preciso estar atento e cobrar. A situação do SUS [Sistema Único de Saúde] é preocupante, como tem dito o ex-ministro [Arthur] Chioro”, disse Temporão, que falou de sua expectativa com a mudança na área e a posse de Castro:
“Sou um expectante. Não o conheço [Marcelo Castro] pessoalmente. Há uma tradição no ministério de ministros ligados à área, do movimento sanitarista”, afirmou.
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