Acusado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina de ser o líder político do grande esquema de corrupção na Receita Estadual, revelado pela Operação Publicano, o empresário Luiz Abi Antoun agora é citado também na Operação Quadro Negro, que trata de desvio de recursos públicos a partir de contratos da Valor Construtora com a Secretaria de Estado da Educação (Seed), para construção e reforma de escolas estaduais.
Desvio na Educação
Entenda em um minuto o escândalo de corrupção investigado pela Operação Quadro Negro, que apura o desvio de quase R$ 20 milhões destinados a obras de escolas estaduais do Paraná. Depoimentos colhidos pelo Gaeco citam o envolvimento da alta cúpula da política do estado no esquema.
+ VÍDEOSO nome de Abi, parente distante do governador Beto Richa (PSDB) e considerado pelo Gaeco como uma espécie de “eminência parda” do governo tucano, aparece no depoimento de Vanessa Domingues de Oliveira, que trabalhava na Valor Construtora e figura legalmente como proprietária da empresa, embora seja apenas uma laranja do verdadeiro dono, Eduardo Lopes de Souza.
Ao falar para os investigadores do Gaeco de Curitiba sobre quem seriam os beneficiários do esquema de corrupção, Vanessa menciona o nome de “Abib Richa”. “Foi para o Maurício Fanini, para o Pepe Richa, para o Abib Richa, tudo parente do Richa”, disse ela. Questionados pela reportagem, os advogados de Vanessa, Alexssandra Saldanha e Haroldo Nater, confirmaram que, ao dizer “Abib Richa”, ela se referia, na verdade, a Luiz Abi Antoun.
Nesta quinta-feira (14), a reportagem não conseguiu contato com o advogado de Abi, Roberto Brzezinski. Já o promotor de Justiça Felipe Lamarão de Paula Soares, um dos investigadores da Operação Quadro Negro no Gaeco de Curitiba, disse que, pelo depoimento, não é possível ter certeza de que se trata de Luiz Abi Antoun. “Foi uma declaração frágil. Tanto que ele [Abi] não está entre os 15 denunciados”, afirmou Soares.
Ouça a trecho do depoimento de Vanessa Domingues de Oliveira
Ao contrário do irmão do governador, Pepe Richa, que é secretário de Estado e tem foro privilegiado no Tribunal de Justiça do Paraná, Abi não tem foro especial e, por isso, pode ser investigado pelo próprio Gaeco de Curitiba.
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