A torcida da oposição para que os documentos comprobatórios contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, só viessem depois do dia 21, quando ele iria deflagrar o processo de impeachment contra Dilma, acabou não se concretizando. Ao saber do relatório do Ministério Público suíço, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio(SP), principal interlocutor de Cunha na articulação do impeachment, declarou que neste sábado, 10, mesmo irá tentar se reunir com o líder da Minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE), o líder do Democratas, Mendonça Neto (PE) e Rubens Bueno (PR) , líder do PPS , para começarem a discutir um plano B para o afastamento de Dilma.
Aos demais líderes da oposição, Sampaio irá recomendar que sigam sua decisão de pedir que Eduardo Cunha se licencie da presidência da Câmara. Mas na oposição, a torcida é para que ele encaminhe primeiro a tramitação do pedido de impeachment de Dilma, antes de se licenciar. Depois de se reunir, Sampaio, Mendonça, Bruno e Rubens Bueno devem levar a Cunha a decisão do grupo de recomendação para que renuncie à presidência da Câmara “Eu já tinha dito que se viessem as provas, ele deveria dar explicações ao Parlamento e ao país. Nós pedimos ao presidente Eduardo Cunha que refletisse sobre a possibilidade de se licenciar, se viessem os documentos. Os documentos vieram, e as provas são seríssimas e cabais. Então, acho que ele deve dar rapidamente explicações à nação e, na minha opinião, o caminho é que ele deve se licenciar da presidência da Câmara”, disse o líder Carlos Sampaio.
Os líderes da oposição esperam para esse fim de semana revelações sobre constatação do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) de que a presidente Dilma Rousseff praticou as chamadas pedaladas fiscais não só em 2014, mas também em 2015. Isso, avaliam, é tudo o que Cunha precisa para deferir o pedido de impeachment antes de se licenciar. “Ele pode deferir o pedido de impeachment, e depois se licenciar”, avalia um dos líderes da oposição.