O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), disse nesta sexta-feira (12) que "causa perplexidade" a reação de parlamentares, sobretudo do PMDB, que criticaram o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, por terem sido surpreendidos pela Operação Voucher, da Polícia Federal, que apura suspeita de fraudes em convênios do Ministério do Turismo. Dias entende que se trata de uma reação "em favor da impunidade, que choca as pessoas de bem".
"Estão querendo transformar corruptos em vítimas de injustiça, priorizando um fato secundário, que é a exposição dos presos na mídia, em vez de valorizar o essencial que é o roubo do dinheiro público", alegou o senador. "Demonstram indignação pelo uso de algemas e não pelo desvio de dinheiro do contribuinte", afirmou Dias.
O senador tucano acredita que há "uma inversão de prioridade do ponto de vista do interesse da sociedade". Ironizando, ele diz imaginar que a situação ideal para quem questiona o sigilo da operação seria a de receber um aviso prévio dos procedimentos. "Será que queriam ouvir a recomendação de ir para o exterior para não serem presos? Ou que deveriam esconder os papéis e o disco rígido antes da chegada dos policiais?", questionou.
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) acredita que a reclamação "se deve mais" pela forma como ocorreu a Operação Voucher, segundo ele, como se fosse "um espetáculo". Mas destacou que o fato não é motivo suficiente para questionar o desempenho do ministro da Justiça. "As instituições permanentes são maiores que figuras que ocupam cargos momentaneamente, seja do Legislativo ou do Executivo", defendeu. "Mas essas instituições democráticas precisam agir dentro da lei, para não deixar margem de entendimento de que todo mundo pode ser maltratado ou violentamente tratado", afirmou, referindo-se ao uso de algemas, que considera desnecessárias. Destaca, porém, que não é possível a nenhum governo ou instituição adotar "postura de fiscalização com aviso prévio".
Para o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), a "bronca" dos peemedebistas refere-se, na realidade, a uma tentativa do partido de mostrar que foi enganado e que a presidente Dilma Rousseff sabia, sim, da operação da Polícia Federal. "Vejo, neste momento, o governo em um processo de perda do comando do processo político", afirmou. "Mas no governo do PT acho difícil acreditar que a presidente ficou sem comando. Isso não condiz com os hábitos do governo do PT, que é fazer e mandar em tudo", completou.
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