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A eleição para a presidência da Assembléia Legislativa e para o partido está mexendo com as principais lideranças do PMDB. O governador Roberto Requião tem dito que não vai intervir nas disputas internas do PMDB, mas internamente, a disputa está criando desavenças.

A disputa interna pela presidência do Legislativo estadual é principalmente entre os deputados Nereu Moura e Caíto Quintana, que pleiteiam a vaga e não abrem mão um pelo outro. Somente em janeiro haverá uma prévia partidária para decidir quem representará o partido na corrida pelo cargo mais alto do Legislativo estadual. Até lá, os dois estão livres para fazer articulações em busca de apoios.

Antes disso, o partido deve escolher a nova direção estadual. O encontro do partido que definirá os novos nomes está marcado para o dia 17 de dezembro. Dobrandino da Silva deixa o comando da sigla este ano. O vice-governador Orlando Pessuti mostrou-se interessado, mas o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano, Renato Adur, também quer a função. Adur, no entanto, não estaria disposto a disputar uma eleição. Quer ser convocado pelo governador.

O sobrinho do governador, João Arruda, atual presidente da Juventude do PMDB, também sonha com a presidência e já está com material de campanha pronto para as eleições .

Paralelamente ainda corre uma outra disputa, que, segundo alguns parlamentares, deve se agravar em 2007. Há um forte desentendimento entre os eleitos Luiz Cláudio Romanelli e Mohamed Al Hanze, o Mamede, ex-prefeito de Cambará. Na reunião do partido, realizada na semana passada, Mamede discutiu com Romanelli na presença de vários parlamentares. "O Romanelli não tem ética política alguma, não é leal. E como secretário do partido foi uma negação", disse o ex-prefeito à reportagem da Gazeta do Povo. Os dois são tidos como lideranças fortes da sigla.

Dobrandino afirma que não há qualquer confusão no PMDB e que os correligionários estão em harmonia e sem opiniões dissonantes. Ele negou ainda que Mamede tenha brigado Romanelli.

Já o vice-presidente peemedebista no Paraná, deputado Nereu Moura, admitiu que não há uma unidade no partido neste momento em relação a vários assuntos. "O PMDB sempre foi rebelde e indignado. E nunca aceitou passivamente as situações. E essas brigas internas refletem a identidade do partido. Mas sempre se chega à união quando o assunto é decisivo e fundamental", afirmou Nereu. Ele diz que o PMDB não se intimida em expor suas divergências. "Não é estranho haver divergências expostas publicamente, o que os demais partidos não fazem".

Para Nereu Moura, a intervenção de Requião na escolha dos nomes, seja para o partido ou para a presidência da Assembléia, só se dará em último caso, se não houver consenso. "O governador não tem muita paciência para essas artimanhas de bastidores. Mas ele vai monitorar as decisões do partido. E só vai chamar a decisão para si se a situação extrapolar demais. Afinal, o partido não pode chegar em frangalhos em 2008".

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