Em reunião com o presidente interino, Michel Temer, líderes da base aliada na Câmara dos Deputados pediram que o peemedebista retire da Comissão de Constituição e Justiça o projeto que recria a CPMF. A ideia partiu do deputado Jovair Arantes (PTB-GO).
“A CPMF está estigmatizada. As pessoas odeiam a CPMF”, disse o parlamentar ao presidente.
Segundo relatos dos participantes, a ideia foi apoiada pela grande maioria dos líderes. Em seguida, a deputada Renata Abreu (PTN-SP), sugeriu a Temer a legalização dos jogos de azar. A ideia, segundo os parlamentares presentes, não teve explícita aquiescência, como ocorreu com o imposto.
No caso da CPMF, Temer afirmou que a posição dos deputados será levada em consideração nas conversas que terá com a equipe econômica. “Vou analisar este pleito”, respondeu o presidente a Jovair.
Quanto aos jogos de azar, Temer também foi evasivo, segundo os presentes.
Na reunião, não foi fechado o nome do novo líder do governo na Câmara. O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, que pediu “paciência” em torno das nomeações, disse que Temer quer ouvir todos os líderes da base para tomar sua decisão. O ministro afirmou que Temer manifestou um “desejo claro de governar de mãos dadas com o Congresso”
“O presidente Temer ainda não definiu ainda essa questão. Estamos convencidos de que esta é uma prerrogativa do presidente, mas estamos conversando para ter uma solução que não desunifique a base, mas que nós tenhamos essa questão resolvida o mais rápido possível”, disse durante entrevista após a reunião.
Geddel afirmou que Temer pediu aos líderes que agilizem a votação das Medidas Provisórias que trancam a pauta, liberando espaço para que a revisão da meta fiscal seja votada com urgência. “O Congresso terá de mostrar ao Brasil que está trabalhando”, disse.
Antes da reunião com o presidente interino, um grupo de deputados, entre eles, Jovair e Paulo Pereira da Silva (SD-SP), entregou ao ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) um documento assinado por pelo menos 224 deputados de 13 partidos, pedindo a indicação de André Moura para líder do governo na Câmara.
Agitado e falando rápido, Geddel disse que este é praticamente o segundo dia útil do governo e estão cobrando medidas e nomes como se estivessem há quatro anos no comando do país.
“Eu ainda estou nomeando a minha equipe e a minha sensação é que estamos num governo de quatro anos, quando vejo as cobranças. Digo isso para ressaltar esse pedido de paciência `às pessoas que estão cobrando certas ações”, disse.
Perguntado sobre o fato de alguns ministros estarem sendo desautorizados por Temer por declarações não combinadas, Geddel ironizou: “Eu é que estou sendo incapaz de transmitir a vocês aquilo que vocês me perguntam”, disse.
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