Lideranças de partidos aliados se uniram e derrubaram nesta quarta-feira (9) requerimento para que o governador petista do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, fosse à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara explicar seu suposto envolvimento no esquema de desvio de verbas no Ministério do Esporte. Pouco antes eles chegaram a um acordo para a ida nesta quinta-feira (10) do ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), à Câmara.

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Então no PC do B, Agnelo comandou a pasta entre 2003 e 2006, deixando em seu lugar Orlando Silva (PC do B), demitido do cargo na semana passada.

De autoria dos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Fernando Francischini (PSDB-PR), o requerimento para ouvir Agnelo foi rejeitado por 10 a seis votos. A pedido do vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filipeli (PMDB), o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) atuou para derrubar o convite ao petista.

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"A Câmara não é lugar para tratar de briga local", argumentou Cunha. "Os governistas alegaram que era um problema paroquial para derrubar o requerimento", disse conformado o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP).

Odair Cunha (PT-MG) foi outro da linha de frente do governo para poupar Agnelo Queiroz. "Aqui não é o foro adequado. Cabe à Câmara Legislativa fazer a convocação para que ele preste esclarecimentos. Vários assessores do Ministério do Esporte envolvidos na suposta denúncia já foram ouvidos aqui. Fazer desta comissão um espaço de debate político eleitoral não é adequado. Este não é um órgão para investigar governos estaduais", retrucou o petista. Na avaliação dos governistas, Agnelo Queiroz deve ser investigado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, onde sua base aliada é majoritária.

Durante o debate de quase duas horas na Comissão de Fiscalização e Controle, a oposição contou o apoio do deputado Izalci (PR-DF) um dos mais empenhados em aprovar o convite para que Agnelo fosse se explicar na Câmara. Apesar de ser da base aliada, Izalci foi secretário de Ciência e Tecnologia nos governos de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda e é inimigo político do petista.

Junto com o ex-ministro Orlando Silva, o governador do Distrito Federal é alvo de investigação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que apura desvios de recursos do programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte. Além do suposto envolvimento no esquema do Esporte, Agnelo também foi flagrado em conversas gravadas com autorização judicial em 2010, prometendo ajuda ao policial militar João Dias, dono de ONGs suspeitas de desviar recursos do programa.

Em janeiro de 2008, Agnelo, então diretor da Anvisa, recebeu um depósito de R$ 5 mil em sua conta corrente de Daniel Almeida Tavares, funcionário do laboratório União Química. No mesmo dia, o hoje governador do Distrito Federal autorizou a concessão do certificado para a empresa.

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