Veja a repercussão da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), aprovada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entre as lideranças políticas do Paraná:
Deputado federal Enio Verri (PT)
Foi um jogo de chantagem dele [Eduardo Cunha]. Ele já havia ameaçado o governo do PT se não o apoiasse na Comissão de Ética, mas o partido foi coerente. Em uma reunião, a maioria dos parlamentares do partido votou pela continuidade do processo [contra Cunha]. Na minha opinião, isso [a abertura do processo de impeachment] vai enfraquecê-lo muito. A população vai entender que é um jogo de poder. Acredito que isso não vai avançar, não há sentido que a oposição vote pelo impeachment, sendo que o próprio presidente da Câmara não tem credibilidade para conduzir o processo.
Deputado federal Osmar Serraglio (PMDB)
Eu acho que ele [Eduardo Cunha] já devia ter feito isso antes [abrir o processo de impeachment]. A lei diz que o presidente da Casa deve receber a denúncia e encaminhar já na primeira sessão. Entendo que ele [Cunha] foi pressionado a conduzir o processo, até porque ele foi avisado que se entrassem novos pedidos, a oposição iria recorrer ao plenário. Estava chegando a uma situação em que estava se esgotando a possibilidade de ele segurar [os pedidos].
Senador Alvaro Dias (PSDB)
O presidente da Câmara perdeu a noção de time, porque ele [Eduardo Cunha] já deveria ter decidido sobre os pedidos [de impeachment] há um bom tempo, mas foi jogando pela sua própria defesa. Agora, ocorreu uma espécie de revanche por ter perdido o apoio do PT na Comissão de Ética. Mas a decisão é importante. O pior dos mundos é a indefinição. A expectativa paralisa o governo e o país. Agora, espera-se que, à luz do regimento e da legislação, a Câmara atue com celeridade.
Deputado federal Marcelo Belinati (PP)
(via Facebook)
Há muitos questionamentos da situação em relação a legitimidade ou não do presidente da Câmara [Eduardo Cunha] para esse ato [de abertura do processo de impeachment]. Em contrapartida, a oposição argumenta que os juristas que propuseram o pedido de impeachment são da mais alta credibilidade e respeitabilidade. É um momento histórico para o Brasil, delicado (...), mas está aberto o processo de impeachment que pode resultar na cassação e na perda de mandato da presidente Dilma Rousseff.
Deputado federal Valdir Rossoni (PSDB)
(via Youtube)
A partir de agora são reais as possibilidades de afastamento da presidente Dilma, que não oferece mais nenhuma condição de governar esse país. Perdeu a credibilidade, perdeu apoio no Congresso, seu governo é só corrupção e, além de tudo, quebraram o país. Um dia de governo Dilma é um mês de atraso para o Brasil. Um mês de governo Dilma é um ano de atraso para o Brasil. Nós não podemos continuar nesse caos. Nós precisamos de esperança para o povo brasileiro. Precisamos do apoio do povo brasileiro para agora sim, no dia da votação, todos estarmos vigilantes para a votação e para o afastamento da presidente Dilma e do PT do governo do nosso Brasil.
Senadora Gleisi Hoffmann (PT)
(via Facebook)
Se isso não é quebra de decoro, não sei o que mais seria. Em retaliação à decisão do PT, Eduardo Cunha usa do cargo para evitar um processo contra ele. âª#vamosaluta
Senador Roberto Requião (PMDB)
(via Twitter)
A oposição (...) fez 99 votos na Câmara na meta [votação da mudança na meta fiscal]. Portanto não há que se preocupar com impeachment.
Deputado federal Ricardo Barros (PP)
O pedido está baseado nas pedaladas ficais, mas hoje o Congresso aprovou a mudança nas metas fiscais, o que regulariza as pedaladas, ou seja, os empréstimos que foram feitos junto aos bancos. O Congresso decidiu que as ações foram referendadas, autorizou o governo a ter feito essas operações. Então, vejo que o objeto do pedido está em parte sanado. Temos que avaliar as outras circunstâncias do pedido, mas, sob esse aspecto, sou contra o impeachment.
Deputado federal Rubens Bueno (PPS)
(via assessoria do PPS)
Não havia outra saída. O governo, atolado em corrupção e na situação frágil em que se encontra, está levando o país a uma crise sem precedentes. A presidente Dilma Rousseff não tem mais condições de governar. E a Câmara, ao dar início ao processo de impeachment, dá uma resposta clara para a sociedade diante do crime de responsabilidade que ela cometeu ao promover as pedaladas fiscais.
Deputado federal Leopoldo Meyer (PSB)
A abertura do processo justamente após a definição dos deputados do PT, que se posicionaram contrários ao presidente da Casa na Comissão de Ética, parece que foi um oportunismo. Dá essa impressão porque ele teve bastante tempo para tomar essa decisão. Por hora não tenho ideia de posicionamento, dependo do relatório da comissão que ainda vai ser formada, e, depois, da defesa da presidente para formular minha opinião. Preciso saber realmente dos motivos previstos na Constituição, não vou fazer um pré-julgamento.
Deputado federal Fernando Francischini (SDD)
(via Facebook)
Para nós, que estamos há cinco anos, desde a liderança até o novo mandato, lutando pelo impeachment, pela retirada do PT do poder, é um momento histórico. Nós não aguentamos mais corrupção, incompetência na gestão do nosso país, e chegou o momento adequado. Tenho certeza que o povo brasileiro agora vai às ruas exigir dos seus deputados e senadores que votem pelo impeachment para que a gente possa botar um novo governo que reorganize a economia, que dê liberdade aos órgãos de perseguição criminal, que investigue a corrupção a fundo e limpe o nosso país.
Questionado sobre o fato de a decisão de Cunha ter ocorrido logo após a posição do PT no Conselho de Ética, o deputado federal Francischini, vice-presidente nacional do Solidariedade, afirmou que isso “não importa”. “Eu estou há cinco anos tentando tirar a Dilma e o PT do poder. Qualquer medida que tire o PT do poder, está valendo. O país está afundando. O que tem que fazer é mudar a presidência da República. Não temos mais opção. Vamos lutar pela saída dela, com todas as ferramentas que o próprio PT usou no passado, ferramentas democráticas, constitucionais”, afirmou.
Deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB)
Ela [presidente Dilma Rousseff] cometeu crime de responsabilidade e tem que ser processada, sem dúvida nenhuma. Eu reclamei várias vezes do atraso sobre essa decisão [de abertura do processo de impeachment]. Ele [Eduardo Cunha] tinha 24 horas para fazer a leitura e designar a comissão, mas ficou mais um mês e meio. O PT não é solidário com ninguém, nem com o povo, nem com o Delcídio [Amaral, senador], nem com o [José] Dirceu [ex-ministro], e, agora, com o gesto do PT [ de não apoiar Cunha na Comissão de Ética], entregaram a Dilma. O processo contra o Eduardo Cunha já estava instalado, o dela é que não estava instalado.
Deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB)
Nós somos do grupo de deputados que sempre defendeu o impeachment. Na verdade, eu tenho dito que são as atitudes e a gestão desastrosa da presidente que leva a gente a ter essa posição. É uma gestão sem competência, que tem levado o país a uma crise econômica. É logico que, institucionalmente, não adianta você dar essas razões para pedir o impeachment, há de se ter razões de foro legal para pedir. Mas acredito que as bases e o fundamento institucional e legal está posto por todos as razões que o grupo de juristas renomados e respeitáveis deu de que há embasamento legal para se aprovar a abertura de processo. Agora, o impeachment propriamente dito depende de um processo político, então vamos ver o que vai acontecer.
Deputado federal Assis do Couto (PMB)
A base que sustenta esse pedido de impeachment e seu encaminhamento está ligada a situação do presidente da Câmara [Eduardo Cunha]. É um jogo para resolver a situação dele. A atitude, nesse momento, é de vingança. É a impressão que ficou quando ele tomou essa decisão. Claro que são vários pedidos [de impeachment], várias pessoas que fizeram esse encaminhamento, mas a forma que ele tomou essa decisão é contra o mérito. Ele está jogando há bastante tempo, então faz parte de um jogo. Como isso vai prosperar dentro do Congresso, nós temos que ver, mas a minha impressão é de que não tem fundamento jurídico para o impeachment.
Deputado federal João Arruda (PMDB)
Tudo aconteceu muito de repente, mas acho que agora temos que fazer uma avaliação. O Brasil não pode ficar parado diante dos acontecimento, o Brasil é maior que a Dilma Rousseff e o Eduardo Cunha, temos muita coisa para votar: orçamento e outras questões que envolvem o governo e a estabilidade econômica do país, e isso vai acabar postergado. Pode ser que o país fique mais um ano parado. Sobre o impeachment ou cassação, da Dilma ou do Eduardo, nós temos que aguardar. Mas, nesse momento, a estratégia política se sobrepôs a questões jurídicas, ao meu ver.
Deputado federal Zeca Dirceu (PT)
(via Facebook)
Sou vice-líder da bancada do PT na Câmara e posso afirmar sem medo de errar que não há qualquer ilegalidade nas contas da presidente Dilma Rousseff. Não há provas de que ela tenha praticado crime algum, diferentemente do deputado Eduardo Cunha, sobre o qual há provas de ilegalidade. O pedido de impeachment acatado por Eduardo Cunha é uma manobra baixa e golpista para esconder seu desespero diante do processo de cassação do seu mandato por crimes de corrupção. A democracia deve prevalecer.â¬â¬
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