Os líderes aliados se reúnem nesta terça-feira às 11h para discutir a votação da medida provisória do salário-mínimo, que é o primeiro item da pauta da Câmara. O líder do PMDB, Wilson Santiago (PMDB-PB), disse que o governo está preocupado com a aprovação pelo Senado da emenda que elevou o mínimo para R$ 384,29 e observou que até a oposição sabe que não há condições de manter esse valor. Ele acredita que a maioria de sua bancada vai defender os R$ 300 e aposta que, se houver consenso na reunião desta terça, será possível voltar ao valor original previsto na MP.
O peemedebista lembra que o valor de R$ 384,29 seria retroativo, o que criaria um problema extra para a Previdência Social e os governos estaduais e municipais. Santiago admitiu que a votação da matéria é complicada porque o PMDB sempre defendeu melhoria da distribuição de renda, mas ele acredita que, com boa conversa, pelo menos 50 dos 86 deputados da bancada votarão com o governo. Na reunião ministerial desta terça, o ministro da Coordenação Política, Jaques Wagner, recebeu a missão de fazer um corpo-a-corpo no Congresso para fechar a estratégia de votação. Wagner já conversou por telefone com Santiago nesta segunda-feira. A preocupação do governo é que a Câmara não quer ficar novamente com o papel de vilã, enquanto o Senado fica bem com a opinião pública.
Os técnicos da Câmara observam que há três cenários para o problema. O primeiro é derrubar o valor de R$ 384,29 na Câmara. O segundo é deixar a MP sem votar até o dia 19, fazendo com que ela perca a eficácia e o mínimo voltaria para R$ 260. O governo então daria um abono de R$ 40 para completar os R$ 300. A terceira hipótese é a que o governo quer mais evitar: o presidente Lula ser obrigado a vetar o reajuste, uma decisão impopular.
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