A reunião do diretório nacional do PT, neste sábado, em São Paulo, foi aberta com a noticia de que uma liminar obtida pelo ex-tesoureiro Delúbio Soares impede que os dirigentes decidam pela sua expulsão do partido. Com a medida, o encontro petista perde o seu principal foco, de votar o relatório da comissão de ética, que recomenda a expulsão do ex-tesoureiro. Para conseguir a decisão judicial, Delúbio teria alegado que teve o seu direito de defesa cerceado.

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O presidente interino do PT, Tarso Genro, informou que o partido recorrerá da decisão na Justiça. Ele reconheceu, no entanto, que o pedido pode demorar um pouco e que o assunto deverá ser tratado apenas pela próxima direção, já que as eleições para a presidência do partido estão marcadas para 18 de setembro.

Segundo o ex-coordenador da Comissão de Ética do PT, Danilo de Camargo, a liminar paralisa o processo administrativo ético-disciplinar até o julgamento do definitivo da ação por causa de três erros da Comissão de Ética: 1) inversão da ordem processual, ou seja, as testemunhas de acusação e defesa foram ouvidas de forma irregular; 2) antecipação unilateral de audiência, já que as intimações foram enviadas por e-mail; 3) não foi garantida à defesa de Delúbio o acesso à documentação.

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- Foi a inexperiência da Comissão de Ética. Com a minha saída ficaram três membros novos, inexperientes e dois empenhados apenas no clamor da militância, que queria a punição urgente de Delúbio. A realidade se impõe aos fatos. Não falo em tom de vingança pessoal - disse Danilo.

De acordo com a pauta oficial da reunião da Executiva do PT, além da análise do relatório da comissão de ética sobre a situação de Delúbio, devem ser discutidos outros três pontos: a análise do relatório da comissão de sindicância em relação aos parlamentares petistas citados em denúncias, a discussão sobre a conjuntura nacional - crise política, situação do governo Lula, propostas ao governo e ação partidária no Legislativo e na sociedade civil - além de encaminhamentos técnicos sobre o Processo de Eleições Diretas (PED) 2005.

Ao chegarem à sede do PT, no centro da capital, o ex-ministro Olívio Dutra e o deputado Henrique Fontana, líder do PT na Câmara dos Deputados, conversaram com a imprensa e defenderam a expulsão de Delúbio, além do envio do nome de todos os envolvidos nas denúncias de corrupção apuradas pelas CPIs à comissão de ética. O deputado Paulo Delgado, por sua vez, disse que o PT não deve preservar os seus dirigentes, mas não defendeu a expulsão de Delúbio.

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