O secretário Antidrogas de Curitiba e delegado licenciado da Polícia Federal, Fernando Francischini, critica duramente a decisão do STJ que anulou as provas colhidas em interceptações telefônicas no caso envolvendo os donos do grupo Sundown. Para Francischini, a decisão do STJ está muito distante da realidade enfrentada pelas autoridades que combatem o crime no Brasil.
"É uma piada imaginar que 30 dias é o bastante para deflagrar uma grande operação. A média é de seis meses de escutas telefônicas para uma investigação básica de uma quadrilha de tráfico de drogas", afirma Francischini, com autoridade de quem participou ativamente da prisão de um dos maiores traficantes do mundo, o colombiano Juan Carlos Ramires Abadía. "(A decisão do STJ) confundiu grampos legais, com autorização da Justiça, com os ilegais."
Para o delegado licenciado, essa decisão abre um precedente que pode colocar na rua perigosos traficantes de droga, já que muitos advogados devem ingressar com habeas corpus no STJ questionando as investigações assim como fez o advogado de Izidoro e Rolando Rosenblum.
Mas, apesar da decisão do STJ em limitar em 30 dias os grampos telefônicos, Francischini acredita que os juízes de primeira instância não devem seguir essa orientação. "É inviável que os juízes criminais sigam essa tendência. A decisão do STJ macula diversas investigações sobre tráfico de drogas em todo o país. Se ela for mantida o prejuízo investigatório será gigantesco." (KK)
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