O ex-secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, não consultou seus advogados antes de afirmar que todos os 21 membros da Executiva Nacional sabiam do caixa 2 do partido. Na entrevista à Folha de S. Paulo, ele falou com uma clareza que o ex-tesoureiro Delúbio Soares ainda reluta em ter.

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Nova berlinda – Apesar de poupar o presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu, a fala de Sílvio Pereira poderá estender o foco das investigações para outros candidatos beneficiados com o caixa 2. E para os diretórios estaduais do PT.

Janela aberta 1 – A oposição se baseia em decisão da CCJ relativa ao arquivamento dos processos contra os petebistas Alex Canziani (PR), Sandro Matos (RJ), Neuton Lima (SP) e Joaquim Francisco (PE), em agosto, para tentar levar ao plenário os 16 deputados envolvidos no mensalão.

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Janela aberta 2 – De acordo com a CCJ, se o Conselho de Ética arquivar os casos, qualquer partido poderá recorrer durante o período de cinco sessões, o que levaria o caso direto ao plenário. Cientes dessa hipótese, os "mensaleiros" se esforçam para matar os processos no ninho: a corregedoria.

O maratonista – Se escapar da cassação no mensalão, José Dirceu (PT) enfrentará o relatório da CPI dos Bingos, que virá carregado contra ele nos casos Waldomiro e Santo André. "É uma longa corrida com barreiras. Ele nem superou 200 metros", diz o senador Leonel Pavan (PSDB-SC).

Direito de espernear – Na defesa à corregedoria, João Paulo Cunha (PT-SP) dá dois "cutucões" no relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR). Diz que "o relator pouco se informou" sobre seu caso. E ainda alega que Serraglio demonstra "desatenção" com documentos que recebeu.

Nos autos – Para o Ministério Público Federal, as revelações do juiz João Carlos da Rocha Mattos à Veja, envolvendo Gilberto Carvalho, secretário de Lula, nas fitas do caso Santo André, não trazem fatos novos à investigação.

Sem alternativa – Preso, Rocha Mattos teria que oferecer provas para obter eventual benefício. O juiz é réu em ação penal por ter destruído as fitas e poderá sofrer outro processo se revelar fatos sob sigilo.

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Recado dado – O presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS), está na mira da oposição depois que negociou com Lula a permanência no PT. Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) fez ameaças veladas. "O senador Delcídio não é superior a ninguém. E eu tenho como provar."

Saída à mineira – Na semana passada, o vice-presidente José Alencar disse à cúpula do PSB que pretendia ir para um "partido pequeno" que teria "ajudado a criar". Ninguém desconfiou do PMR.

Rebanho reunido – Para interlocutores do vice-presidente, ele participou da criação da legenda, usando a Igreja Universal para coletar assinaturas. Acham que Alencar será um dos controladores do futuro Partido Republicano.

Limite da ambição – Na reunião com o PSB, Alencar listou num papel os cargos aos quais poderia concorrer: deputado estadual, deputado federal, senador, governador e parou em vice-presidente.

Resta um – Souza Campos é o único deputado do desidratado PL na Assembléia paulista. No troca-troca, o PDT cresceu mais, de três para seis cadeiras. O PT perdeu um nome e a hegemonia na Casa: o PSDB engordou e agora tem também 22 parlamentares.

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TIROTEIO

* Do senador tucano Alvaro Dias (PR) sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PC do B-SP), que declarou jamais ter acreditado na existência do mensalão:

– Trata-se de um homem peculiar. Duvida do mensalão, mas acredita em saci-pererê.