O ex-deputado estadual e ex-chefe da Polícia Civil do Rio Álvaro Lins se entregou na noite de terça-feira (19) na Polinter (Divisão de Capturas), zona norte do Rio. O delegado era considerado foragido desde a semana passada, quando teve prisão decretada pela juíza Márcia Helena Nunes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), a pedido da Procuradoria da República.
Lins perdeu a imunidade parlamentar no último dia 12, quando foi cassado pela Assembléia Legislativa do Rio. Ele foi levado, sem algemas, para o presídio Bangu 8, como é mais conhecida a Penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira, de segurança máxima em Bangu, zona oeste.
Na unidade estão presos o deputado estadual Natalino Guimarães - acusado de chefiar a mais poderosa milícia da zona oeste - e o ex-banqueiro Salvatore Cacciola. Horas antes de se entregar, Lins, por meio do advogado Ubiratan Guedes, entrou no Tribunal de Justiça do Rio com um mandado de segurança contra o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Jorge Picciani, numa tentativa de reverter a cassação. "Revertendo a cassação, a prisão é automaticamente revogada", explicou Guedes. O processo foi distribuído ao desembargador Paulo Leite Ventura, do Órgão Especial do TJ. Até o fim da noite de ontem, o desembargador não havia se pronunciado sobre o pedido.
Lins responde na Justiça Federal pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, facilitação de contrabando e formação de quadrilha armada. Álvaro Lins também é acusado de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis.
Guedes afirmou ainda que Lins não se entregou antes por estar internado numa clínica em crise de depressão grave. "Hoje (ontem) por volta das 18h o médico o liberou por avaliar que ele já estava em condições de enfrentar essa situação", informou. O advogado afirmou que hoje entrará com agravo interno no TRF-2, pedindo a reconsideração da prisão.
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