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O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), classificou como "pólvora" a documentação apreendida na agência do Banco Rural de Belo Horizonte em que estariam relacionados os nomes de parlamentares que receberam dinheiro das contas do empresário Marcos Valério de Souza, acusado de operar o mensalão. Serraglio recebeu nesta segunda-feira, do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, a promessa de que os documentos serão encaminhados à CPI até quarta. O relator ressaltou que, se comprovada a autenticidade do material, estará caracterizada a existência do pagamento de mesada a parlamentares.

- Esses documentos identificam parlamentares que sacaram dinheiro. Esse material é bombástico. São pólvora pura, essas informações que virão - admitiu Serraglio.

Para o relator, com a perícia que será feita pela Polícia Federal, os documentos se transformarão em provas que poderão sustentar o processo de cassação de parlamentares envolvidos no esquema organizado por Marcos Valério.

- Passando pela perícia da Polícia Federal, eles se transformam em prova material. A partir daí não precisa de muita conversa mais - acrescentou.

O senador Delcidio Amaral (PT-MS), presidente da CPI, foi mais comedido, porém, e recomendou "cautela e caldo de galinha" para a análilse dos documentos apreendidos no Banco Rural de Belo Horizonte.

- Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Não podemos fazer julgamento e vamos analisar os documentos com calma - disse Delcidio.

Na tarde desta segunda, a CPI recebeu do Banco do Brasil as informações magnéticas sobre a origem e o destino do dinheiro sacado das contas das empresas de Valério. O material estava sendo analisado pelo Prodasen antes de ser liberado para os integrantes da CPI. A comissão também já começou a receber informações sobre as quebras de sigilo do PT e de seus ex-dirigentes como José Genoino, Delúbio Soares e Sílvio Pereira, além do deputado José Dirceu (PT-SP).

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