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Curitiba – O marketing das editoras costuma associar o termo "A obra definitiva sobre..." para realçar as qualidades de um produto que irá chegar às livrarias. A obra definitiva seria a versão final de um determinado tema, resultado de uma ampla pesquisa histórica, escrita depois de uma série de checagens e contra provas. "A Esperança Estilhaçada. Crônica da crise que abalou o PT e o governo Lula", do jornalista Augusto Nunes, não parece ser a obra definitiva sobre o escândalo do mensalão. Nunes nem tem essa pretensão. Mas não seria errado afirmar que o livro é a obra inicial para se entender o que aconteceu no cenário político brasileiro desde maio.

Resultado de uma reestruturação de crônicas escritas para o Jornal do Brasil e No Mínimo, A Esperança Estilhaçada traz um texto ágil, que consegue provocar no leitor riso e revolta.

Nunes mostra novos detalhes, bastidores e interpretações da crise política e traz perfis bem-construídos de seus personagens.

Os 44 capítulos contam com uma estrutura própria, com um início, meio e fim próprios. Podem ser lidos independentemente da ordem sem problemas. A leitura isolada dos capítulos é natural já que o livro surgiu a partir das colunas diárias de Nunes, mas é exatamente a falta de uma maior coesão que prejudica a obra como um todo.

Em 128 páginas, Nunes defende uma tese que pode ser compreendida em um único capítulo.

Chaga-se ao final da leitura com a sensação de que não se leu algo muito diferente do que já saiu na grande mídia.

Falta à"A Esperança Estilhaçada" escutar o lado de lá, o que provavelmente exigiria tempo e a predisposição de personagens como Marcos Valério, José Dirceu e Delúbio Soares.

Mas no que quis fazer, Nunes acertou. Elaborou um grande manual para se entender a história do mensalão. (GV)

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