Renan Calheiros, presidente do Senado, volta a ser alvo de denúncia dentro da Operação Lava Jato.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, afirmou à Polícia Federal que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) recebeu “repasses” por meio do também lobista Jorge Luz. Durante acareação com o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, o operador do PMDB afirmou que os valores destinados a Renan Calheiros tiveram origem em contratos da Diretoria Internacional da Petrobrás.

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A acareação foi realizada no último dia 5 e durou cerca de 10 horas. Fernando Baiano citou também o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Assevera que realizou apenas alguns repasses pontuais envolvendo o PMDB, dentre eles o relacionado a Eduardo Cunha e a Renan Calheiros [quanto a este sempre por meio de Jorge Luz], conforme consta de seus termos de oitiva.”

No termo de acareação, o operador de propinas não informou quanto teria sido pago ou como o repasse teria sido feito.

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Fernando Baiano foi preso na Operação Lava Jato em 2014. A Justiça Federal, no Paraná, o condenou a 16 anos, um mês e dez dias de reclusão, por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, o operador teria intermediado propina de US$ 15 milhões sobre contratos de navios-sonda. Os valores teriam sido repassados à diretoria da Área Internacional da Petrobras, ocupada na época por Nestor Cerveró.

Em outro trecho, Baiano sustentou: “Reitera que jamais realizou repasses ao PMDB oriundos da Diretoria de Abastecimento, mas sim relacionados a contratos da área internacional; que, afirma que todos os repasses ao PMDB foram feitos por meio de Jorge Luz, observando que quanto a Renan Calheiros, jamais teve contato pessoal com o mesmo.”

Fernando Baiano deixará a cadeia no próximo dia 18. Em setembro deste ano, ele fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.

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Na acareação, Fernando Baiano citou Jader Barbalho (PMDB-PA), o senador do PT Delcídio Amaral (MS), líder do Governo Dilma Rousseff no Senado, e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau (2005-2007/governo Lula). “Na questão das sondas, Nestor Cerveró lhe disse que teria havido uma reunião com o Ministro Silas Rondeau, Renan Calheiros, Jader Barbalho e Delcídio Amaral e que o ministro necessitava que um auxilio fosse dado ao PMDB e que a partir daquela data o PMDB passaria apoiar Nestor Cerveró junto a Diretoria Internacional.”

O senador Renan Calheiros nega reiteradamente qualquer envolvimento em irregularidades.