O advogado do lobista Fernando Soares, Nélio Machado, acusou nesta quinta-feira (16) a força tarefa que investiga a Operação Lava Jato de prender suspeitos com o objetivo de obter acordos de delação premiada. Soares está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde novembro do ano passado e foi ouvido por integrantes da força tarefa de Brasília nesta quinta-feira (16) em um dos inquéritos do Supremo Tribunal Federa l (STF) que investiga a participação de políticos no esquema.
Segundo Machado, não há possibilidade do lobista firmar acordo de delação premiada. “Essa prisão sempre foi abusiva, desnecessária e ilegal, com uma única finalidade: levá-lo a uma delação”, disse. “Ele não tem o que delatar”, afirma o advogado. Segundo Machado, não há motivo em manter Soares preso, já que ele não está sendo ouvido nas investigações correntes. “Ele foi ouvido no dia 20 de novembro, poucos dias depois de se apresentar, e depois nunca mais. Está apodrecendo na cadeia”, reclama a defesa do lobista.
O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima rebateu a acusação do advogado. “Eu gostaria que ele mostrasse um ato concreto em que nós forçamos algum tipo de delação”, disse. “Muito pelo contrário, nós sempre dissemos que isso é uma estratégia da defesa. Sempre fomos procurados pelas defesas, jamais procuramos alguém preso ou solto para fazer delação”, concluiu Lima.
Fernando Soares é acusado de ser o operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras. Ele foi preso no dia 18 de novembro do ano passado, na sétima fase da operação.