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Jorge e Bruno Luz na chegada à sede da PF no bairro Santa Cândida, em Curitiba.. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Jorge e Bruno Luz na chegada à sede da PF no bairro Santa Cândida, em Curitiba..| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Os operadores do PMDB Jorge e Bruno Luz, pai e filho respectivamente, chegaram à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba na tarde desta quinta-feira (2). Alvos da Operação Blackout, 38.ª fase da Lava Jato, os lobistas foram presos pela Interpol, a Polícia Internacional, há uma semana em Miami, nos Estados Unidos. Ambos já passaram por exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal de Brasília e ficarão detidos na capital paranaense.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República, Jorge e Bruno Luz têm pelo menos quatro negócios da Petrobras que supostamente envolveram propina. Na lista estão a compra do navio-sonda Petrobras 10.000, o contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000, a venda da empresa Transener e o fornecimento de asfalto pela empresa Sargeant Marine.

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Os dois são operadores ligados principalmente à Diretoria Internacional da empresa, que era comandada pelo ex-diretor Nestor Cerveró e fazia parte da “cota” do PMDB do governo federal – seriam ligados à bancada do partido no Senado. Eles ainda atuariam esporadicamente nas diretorias de Serviços e Abastecimento da estatal.

No pedido de prisão, o Ministério Público Federal (MPF) aponta que os dois “atuaram de forma sistemática e profissional na intermediação de propina de contratos da Petrobras”. A atuação, inclusive, não é recente. Segundo os procuradores, a dupla movimentou US$ 40 milhões nos últimos dez anos, mas Jorge Luz atua na Petrobras desde 1986, pelo menos.

Esquema antigo

Engenheiro, empresário e lobista, Jorge Luz é considerado pelos investigadores o “operador dos operadores” do esquema. Ele teria sido o “padrinho” do lobista Fernando Soares na Petrobras e no meio político. Segundo depoimentos em colaboração premiada de Paulo Roberto Costa, Jorge Luz é lobista dentro da Petrobras “desde sempre”. Ele também aparece como intermediador de propinas na Eletronuclear.

No esquema, a família Luz usava contas de empresas offshores no exterior para pagar propina “de forma dissimulada”. Durante as investigações, foram identificados pagamentos em contas na Suíça e nas Bahamas, segundo a força-tarefa da Lava Jato. Era por meio dessas contas no exterior que a dupla fazia os repasses aos agentes públicos.

Jorge e Bruno Luz são investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

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