A reforma ministerial resultante da “saída” do PMDB da base governista aponta para a chegada de novos protagonistas no interior do poder Executivo, com antigos aliados sendo convidados a ocuparem pastas de destaque, como o Ministério da Saúde.
Assim que for formada, será uma coalizão com o objetivo de defender o mandato de Dilma Rousseff no processo de impeachment. Seu caráter é eminentemente defensivo. Não se pode esperar que ela seja portadora de qualquer conteúdo programático.
É um dos últimos lances possíveis pelo lado do governo para segurar o processo de impeachment na Câmara dos Deputados. Mas é uma jogada de risco. Primeiro, porque essas legendas apresentam baixa disciplina no plenário: o comportamento dos deputados pode destoar da orientação da cúpula do partido na hora H. Segundo, porque atrela o governo ainda mais a um conjunto de interesses fisiológicos que são muito difíceis de desmantelar depois.
É possível que os esforços do governo sejam tardios, tendo em vista o clima de opinião e a decomposição das suas forças no Congresso nas últimas semanas. Entretanto, independentemente do desfecho do processo de impeachment, o ambiente instalado em Brasília afasta a ideia de um governo coeso, qualquer que seja o vencedor. Além das permanentes fissuras no PMDB, numa constelação de 28 partidos não se pode governar com um céu de brigadeiro.
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