"Busquei ouvir mais do que falar, me esforcei para dar encaminhamento a cada reivindicação. Dentro do raio do ministério, fiz o que era possível." Luiz Sérgio, ministro da Pesca| Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

Ao deixar a articulação política do governo e assumir o Ministério da Pesca, Luiz Sérgio afirmou que "fez o possível" nos cinco meses que ficou à frente da Secretaria de Relações Institucionais. Apeli­­dado de "garçom" entre os aliados pela falta de poder de decisão, o petista disse que buscou "ouvir mais do que falar".

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"Busquei ouvir mais do que falar, me esforcei para dar encaminhamento a cada reivindicação. Dentro do raio do ministério, fiz o que era possível".

Luiz Sérgio disse ainda que está apenas "trocando de trincheiras". Após o discurso, o ministro foi aplaudido de pé pela plateia de senadores, deputados e ministros.

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Na tentativa de minimizar as críticas pelas negociações com o Congresso, Luiz Sérgio ainda apresentou um balanço dos projetos e medidas provisórias aprovadas, mas não citou a derrota do governo na votação da reforma do Código Florestal.

Ele assumiu ontem o Mi­­nistério da Pesca, em uma troca feita com a ministra Ideli Salvatti, que assume a articulação política do governo.

Embora Dilma tivesse de­­­monstrado contrariedade com o processo de fritura a que Luiz Sérgio foi submetido pelo PT, que conspirava abertamente inclusive para indicar seu sucessor, o próprio ministro disse que a situação ficou insustentável e decidiu pedir demissão.

Ao tomar posse no novo ministério, Luiz Sérgio elogiou a sucessora na pasta e voltou a dizer que sempre "buscou o diálogo". "Recebi todos sem exceção, defendendo de forma legítima os interesses do povos de seus estados."

Ele lembrou que foi prefeito de Angra dos Reis, no litoral fluminense, onde pôde conhecer de perto a realidade dos pescadores. Assim, afirmou que recebe o novo cargo como mais um desafio, prometendo valorizar o pescador artesanal e a pesca industrial.

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Denúncia

A crise política que levou à saída de Antonio Palocci da Casa Civil, e depois de Luiz Sérgio, teve início no dia 15 de maio, após a revelação de que Palocci multiplicou seu patrimônio por 20 entre 2006 e 2010.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, semanas antes de assumir o cargo no governo Dilma Rousseff, Palocci comprou um apartamento de luxo em São Paulo por R$ 6,6 milhões. Um ano antes, Palocci havia adquirido um escritório na cidade por R$ 882 mil. Os dois imóveis foram comprados pela Projeto, empresa de consultoria de Palocci.

Em 2006, quando se elegeu deputado federal, o ex-ministro declarou patrimônio de R$ 375 mil à Justilça Eleitoral. No período que foi deputado federal, Palocci recebeu em salários R$ 974 mil.

Veja também
  • Dilma assume a articulação política com o Congresso
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