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José Dirceu volta à cúpula do partido

Com o apoio de parcela expressiva do PT, o ex-ministro José Dirceu admitiu neste domingo que deve voltar a ocupar um cargo no comando do partido no ano que vem. Ontem, nomes importantes na sigla – como a ministra da Casa Civil e pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, e a ex-prefeita Marta Suplicy – saíram em sua defesa e de outros envolvidos no escândalo do mensalão.

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Verri lidera apuração no PR

O novo presidente do PT paranaense deve ser divulgado apenas hoje à tarde, mas números parciais divulgados ontem à noite davam ampla vantagem ao secretário estadual do Planejamento, Ênio Verri, candidato apoiado pela atual presidente do partido, Gleisi Hoffman. Até o fechamento desta edição, com as urnas de 30 municípios apuradas, o equivalente a 15% do total, Verri tinha 1.105 votos, contra 195 de Márcio Pessatti, 143 do deputado Tadeu Veneri e 8 de Alfeu Cappellari.

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Em entrevista concedida após votar na eleição interna do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu um racha em sua base nos estados nas eleições de 2010. Mas, para ele, as divergências entre PT e PMDB não podem ser "impeditivas" para a campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pelo Palácio do Planalto em 2010. A observação foi feita um dia após um grupo de peemedebistas defenderem, em Curitiba, o lançamento de candidatura própria à Presidência. O governador do Paraná, Roberto Requião, que se reuniu na quinta-feira com o presidenciável tucano José Serra, governador de São Paulo, é o nome mais cotado.

Durante a entrevista, Lula ressaltou que, no caso da base governista não conseguir se unir nas eleições estaduais no ano que vem, o importante é que se mantenha coesa em torno da provável candidatura petista. Usando uma guaiabeira vermelha – camisa típica do Caribe–, Lula reconheceu em entrevista que um projeto nacional sempre é prejudicado por interesses partidários locais. "Não tenho mais ilusão quando se trata das disputas locais", afirmou. "Por mais que a gente oriente as pessoas que o que deve prevalecer é um projeto nacional, normalmente o que tem acontecido é que cada um olha para o seu umbigo e prevalecem as questões dos estados."

Além de uma possível candidatura própria do PMDB – contrária aos interesses de uma ala liderada pelo presidente da Câmara, Michel Temer, que já firmou um pré-acordo com o PT para uma coligação em 2010 –, o presidente Lula tenta evitar outras baixas na candidatura de Dilma. O governo tem demonstrado preocupações com a pré-candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE). Para o presidente, o nome majoritário do PT não deve fazer campanha para dois candidatos em palanques estaduais. Os petistas também enfrentam problemas com setores do PMDB em alguns estados para selar a aliança – caso da Bahia, onde o ministro peemedebista Geddel Vieira (Integração) quer dis­­putar o governo contra o petista Jaques Wagner, atual governador.

A cúpula petista, no entanto, tem um plano para barrar alianças regionais que possam atrapalhar o caminho de Dilma em 2010. Elas deverão ser subordinadas à aliança nacional, a qual será legitimada pelo Congresso Nacional do PT, que acontecerá em fevereiro. Para pôr em prática essa política, o comando do partido espera a vitória, já no primeiro turno, do ex-senador e ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra (SE), na eleição interna realizada ontem. Ele tem o apoio do presidente Lula e da cúpula petista para presidir o partido nos próximos dois anos.

O Congresso Nacional do PT é que vai aprovar ou vetar candidaturas estaduais que concorram com aliados como o PMDB. Caso do Rio de Janeiro, onde já houve o lançamento da pré-candidatura ao governo fluminense do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, contra o desejo do comando nacional e do próprio presidente Lula, que pregam a reeleição do governador Sérgio Cabral. Essa situação se repete em outros estados.

Calejado

Na entrevista, o presidente avaliou que o PT disputará as eleições de 2010 "muito maior, mais calejado e mais senhor da situação" do que nos pleitos anteriores. Respondendo a uma pergunta sobre os desgastes sofridos pelo partido nas crises políticas ocorridas nos oito anos de governo, o presidente disse que erros sempre ocorreram nos partidos que estiveram no poder em qualquer parte do mundo. "Não existe na história da humanidade, na história política e partidária do mundo, um partido que estando no poder não tenha cometido erros", disse. "Isso aconteceu no mundo inteiro, aconteceu no PT", completou. "Precisamos ter clareza de que os erros cometidos devem servir de ensinamento para que isso não ocorra outra vez."

Lula disse que a próxima disputa terá um PT mais "fortalecido".

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