O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou em depoimento à Polícia Federal sua relação de amizade com o pecuarista José Carlos Bumlai, preso na Operação Lava Jato. No depoimento, colhido nesta semana, Lula disse que recebeu o empresário em Brasília e que “não sabe precisar quantas vezes” o pecuarista se hospedou na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência da República.
Conforme revelou o Estado na sexta-feira, antes de o depoimento se tornar público, os investigadores fizeram diversos questionamentos a Lula sobre suas relações com Bumlai. O empresário, preso em Curitiba, confessou ter tomado, em seu nome, empréstimo de R$ 12 milhões no banco Schahin para o caixa 2 do PT - o valor nunca foi pago.
No depoimento, Lula afirma que conheceu Bumlai na campanha para as eleições presidenciais de 2002, quando gravou um programa eleitoral sobre agricultura em uma fazenda do empresário. O ex-presidente disse que não falou com Bumlai sobre empréstimo em benefício do PT e que “jamais tratou sobre dinheiro ou valores” com o empresário ou realizou qualquer transação financeira.
O ex-presidente declarou que Bumlai “nunca pediu qualquer cargo” e nega ter tratado com o empresário sobre as indicações dos ex-diretores Néstor Cerveró ou Jorge Zelada para a Petrobrás. O petista afirmou achar que “todos os seus filhos e noras” possuem relação de amizade com Bumlai. Ao listar o nome dos familiares, o ex-presidente afirma que não recorda os nomes completos de todas as noras.
Vaccari
O ex-presidente fez ainda uma defesa enfática do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto - preso desde abril e condenado na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro. Lula declarou à PF não acreditar “que Vaccari tenha obtido vantagens indevidas a partir dos contratos celebrados pela Petrobrás, uma vez que era conhecedor da legislação”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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