Em claro tom de campanha eleitoral e com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o encontro estadual do PT em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, nesta sexta-feira (14), serviu de palanque para a pré-candidatura da senadora Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná. Ficou implícito que o nome mais cotado para ser vice na chapa de Gleisi é Osmar Dias (PDT), atual vice-presidente de Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil.
No começo, Lula comentou que seria difícil discursar sem antecipar a campanha, já que a propaganda eleitoral é proibida pela Legislação até 6 de julho. Ele disse que já teve que pagar R$ 40 mil por pedir votos para a presidente Dilma Rousseff e brincou que se continuasse a falar teria que fazer não uma "vaquinha", mas uma "boiada", caso tivesse que pagar nova multa. Mas, uma hora de discurso depois, o ex-presidente cravou o apoio às petistas. "Para mim é muito confortante dizer que em outubro deste ano nós teremos uma mulher governadora do Paraná e uma mulher presidenta do Brasil", disse Lula.
O pedetista Osmar Dias foi recebido com gritos de "vice" pela plateia lotada, mas minimizou dizendo que seria "um vice difícil". "Não importa qual o meu papel nessas eleições, o importante pra mim é apoiar a Gleisi", afirmou. Em seguida, Lula insinuou que o convite já está feito e o aliado teria que se decidir. "Você sabe do carinho que nós todos temos por você. Então você vai ter que decidir. E aí a cobra vai fumar", provocou, se direcionando a Dias.
Sob gritos de "governadora", Gleisi despistou com uma frase estranha. "Todos nós seremos governadores", respondeu. Em seguida, ela criticou o governador Beto Richa (PSDB): "O estado não merece o vexame que está passando. O Paraná nunca precisou de operação de crédito para cumprir folha de pagamento e honrar seus compromissos", alfinetou. Em outra afirmação endereçada à Richa, ela disse que as universidades estaduais do Paraná "não deveriam ser tratadas como uma despesa aos cofres do estado, mas uma oportunidade".
O deputado André Vargas, vice-presidente da Câmara Federal, disse que o "governo do Paraná não pode esperar que o governo federal pague a gasolina das viaturas ou a ração dos cachorros da polícia", em referência às recentes dificuldades financeiras do estado que foram divulgadas na imprensa.
Boa parte das falas de Lula e de Gleisi foi pautada por discursos de gênero, na associação entre Gleisi e Dilma, duas mulheres nos cargos mais altos da política. Lula afirmou, várias vezes, que Dilma sofre preconceito por ser mulher. Gleisi citou programas do governo federal voltados às mulheres e disse que no Paraná essas políticas serão "aprofundadas".
O desgaste do governo com o PMDB foi relativizado por Lula. "Eu acho que a gente tem que trabalhar com o PMDB, independentemente do que falam algumas pessoas do PMDB", disse. O suplente Sérgio Souza (PMDB), que ficou no lugar de Gleisi no Senado enquanto ela esteve à frente da Casa Civil, declarou o seu apoio ao PT e à Gleisi, sem citar diretamente os problemas enfrentados em âmbito nacional com o "blocão dos insatisfeitos".
O espaço do salão alocado pelo PT ficou apertado com todas as lideranças do partido e de aliados que se aglomeraram ao redor de Lula. Participaram do encontro o ministro das Comunicações Paulo Bernardo, o presidente do PT estadual Enio Verri, a vice-prefeita de Curitiba Miriam Gonçalves, os deputados estaduais Péricles de Mello, Tadeu Veneri, Elton Welter, Toninho Wandscheer e Nelson Luersen, os deputados federais Doutor Rosinha, Ângelo Vanhoni e Zeca Dirceu. Também compareceram o presidente estadual do PDT, Aroldo Ferreira, e o presidente estadual do PCdoB, Ricardo Gomyde, além do diretor da Itaipu Binacional, Jorge Samek.
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