Atualizada no dia 12/06, às 18h17
O ministro de Relações Institucionais e coordenador político do governo, Tarso Genro, disse nesta segunda-feira que na próxima semana o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve lançar sua candidatura, até porque no dia 24 o PT realiza a convenção nacional na qual a chapa de Lula será oficialmente divulgada.
- Eu tenho convicção que o presidente irá apresentar o seu nome e ser escolhido pelo partido - disse Tarso Genro a jornalistas no Palácio do Planalto.
Perguntado quando isso iria ocorrer, o ministro respondeu:
- Provavelmente na próxima semana.
Apesar disso, Tarso continua dizendo que nunca ouviu do presidente a expressão "eu sou candidato", mas disse ter convicção de que ele apresentará seu nome e será aprovado pelo partido.
O ministro acredita que a maior parte do PMDB deve fechar uma aliança programática com a campanha pela reeleição do presidente Lula. Tarso disse que a idéia é que os apoiadores de Lula dentro do PMDB façam um acordo com o PT e possam participar das negociações em torno da campanha e, futuramente, do governo, caso Lula seja reeleito. Segundo o ministro, o PMDB deve apoiar a chapa de Lula em 21 estados:
- Se essa decisão do PMDB for confirmada (de ter não ter candidato próprio), a existência ou não de uma coligação jurídica não impede uma coalizão de partidos para governar. Essa visão de coalizão é fundamental para o próximo período, seja quem for o presidente. A aliança programática será formalizada e será feita por aqueles que têm responsabilidade dentro dos partidos - disse.
Tarso disse que uma aliança formal até agora está se formando entre PT, PCdoB e PRB, do vice-presidente José Alencar, porque os partidos estão enfrentando problemas com a cláusula de barreira.
Para o ministro, o tucano Geraldo Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fizeram acusações de baixo nível contra o presidente Lula, incompatíveis com o comportamento de quem já foi presidente da República e de quem pretende ser. Irônico, Tarso disse que o governo considera positivo que Alckmin queira fazer uma devassa no governo porque isso mostra que eles também estariam dispostos a aceitar uma devassa nas privatizações feitas no governo FH e se houve ou não compra de votos para a reeleição em 1998. Para Tarso, Alckmin demonstrou que está numa situação desesperadora e que sua candidatura está em crise.
- A candidatura Alckmin não consegue unificar a sua base interna, não consegue inclusive se unificar com o próprio PFL e tenta desviar a atenção de uma questão fundamental. Vamos continuar comparando sim o governo do presidente Lula com o governo do PSDB - disse.
Segundo o ministro petista, a campanha de Alckmin não consegue empolgar nem tucanos e pefelistas.
- Quando falo que a candidatura Alckm está numa situação já desesperadora, não estou falando a respeito de números, e sim, da crise política da sua candidatura, que já foi apresentada, está numa campanha galopante e que não consegue empolgar seus próprios correligionários. Isso é uma situação desesperadora - disse.
Tarso Genro disse ainda que não se deve fazer uma campanha eleitoral de baixo nível.
- Que não vingue o debate do baixo nível porque ele favorece a quem não tem proposta para governar o país e a quem tem medo de comparação - disse.
Em relação às investigações propostas por Alckmin, Tarso disse que o presidente Lula foi investigado a fundo e que não se provou nada contra ele.
- O governo foi investigado pela Controladoria Geral da União, pela Polícia Federal, por três CPIs, foi exaustivamente investigado pela imprensa e nada foi apurado contra o presidente Lula, por isso que é simplesmente revoltante ouvir essas acusações de baixo calão. Certamente serão avaliadas e julgadas pela população no momento adequado - disse.
Tarso insinuou irregularidades no governo Fernando Henrique:
- Em relação à questão da devassa, confesso que vimos com muita satisfação essa postura de Alckmin porque daí pode ser que seu partido concorde em fazer uma devassa, por exemplo, sobre as privatizações selvagens e para ver se houve ou não compra de votos para a reeleição. Então, é uma mudança de posição do PSDB e lamentavelmente não foi instituída durante as atuais investigações - disse Tarso.
Sobre a nova denúncia publicada nesta segunda-feira contra o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, Tarso diz que é 'matéria requentada'. Segundo Tarso, o ministro da Justiça fez questão de dizer isso na reunião de coordenação de governo realizada hoje cedo no Palácio do Planalto.
- Foi uma denúncia que já foi feita, investigada pela Polícia Federal e arquivada pelo Supremo Tribunal Federal. Portanto, é uma matéria requentada, não traz nada de novo - disse Tarso, referindo-se a denúncia de que o escritório de advocacia de Bastos teria recebido dinheiro em conta no exterior para pagar honorários cobrados de um cliente.
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